A casa do barão ( I )
-
- Felizmente
parece estar tomando corpo um movimento pró preservação do rico e raro
patrimônio histórico da vizinha Paraíba do Sul.Não é de hoje que dos meus
variados espaços de imprensa venho advertindo da necessidade de se traçar
uma política pública que venha valorizar o grande acervo
histórico,cultural,arquitetônico,religioso,ambiental, ...da tradicional
Parahyba do Sul,p
- ólo regional
de grandezas
institucionais,artísticas,jurídicas,políticas,educacionais,econômi -
- cas,humanas,entre
muitas,desde século XVII até a primeira metade do XX.
- As
eleições do futuro prefeito e sua vice,parecem ter trazido um renascimento
à causa preserva-
- cionista.
Ao jovem póstero executivo ficam lembradas as suas sagradas promessas de
campanha de crescimento e de desenvolvimento do município, daí a nossa
sugestão de uma indústria turística que colocará na vitrine pública as
suas joias patrimoniais.Grande aliada desse projeto,
- quiçá,seja
a vice Mariângela Santos,de reconhecidos antigos empenhos ao resguardo das
tradições
- da sua
terra natal – contando também,ao amealhado das vantagens, com a
sensibilidade artística da jovem futura primeira-dama,a boa trirriense
Viviane.
- Ao que
parece o último prefeito a investir naquelas riquezas pretéritas foi o
grande Nelson Aguiar,quando em 1973 teve a feliz e profícua iniciativa de
criar o Conjunto Histórico Tiradentes,no antigo distrito das paragens de
Sebolas.De um lado oposto, parece que a última política iconoclasta mais
furiosa, avessa àquelas secularidades , foi a do biprefeito Rogério
Onofre,asfaltando as suas tradicionais ruas,modificando nomes referenciais
de tradicionais logradouros,desfigurando os raros e antigos pontilhões
ferroviário, entre outras degenerescências.
- E assim
abriu um campo fértil para o início de uma nefasta atração da especulação
imobiliária.Após
- tais
terremotos administrativos,nem mesmo a criação de um centro cultural e a
reativação da locomo-
- tiva
Maria Fumaça vieram absolvê-lo dos vandalismos perpetrados à História.
- Foi uma
grata surpresa a sintomática matéria do nosso jornal do último domingo assinada
por Jorge Barbosa.Página de valoroso engajamento na luta de poucos para
salvar Paraíba do Sul da sanha dos insensíveis chamados progressistas.A
importante publicação ,entre outras transcrições de protestos de
defensores daquele rico patrimônio histórico,traz o do arquiteto Getúlio
Júnior que vale a pena reproduzir: “ ...nós somos sulparaibanos,não somos
trirrienses que demoliram todo o seu patrimônio cultural e ambienta.,Nós
,sulparaibanos ,devemos preservar e podemos implantar edifícios em terrenos
baldios e fora da cidade,para que ela cresça efetivamente de forma
planejada e sustentável...”.Não obstante eu concordar ipsis litteris com
as palavras textu-ais do festejado arquiteto, também dou a mão à
palmatória que sua assertiva trouxe-me profundo constrangimento por
corroborar-lhe e acrescentar-lhe palavras ainda mais temerárias:Três Rios
é um caso quase perdido na política preservacionista.Embora aqui com um
patrimônio histórico tombado legalmente de quase 30 bens de um fausto
pretérito, vem sendo aniquilado gota a gota pelas tacanhas e insensíveis
autoridades ,daquele tipo que afaga o “ progresso” fácil e de ganhos
imediatos.A mais recente e ilustrativa prova documental do que aqui acuso
é a lenta agonia da nossa rara relíquia histórica representada pelo
monumento ferroviário ( de 1871),no invadidíssi-mo e desrespeitadissimo
pátio da antiga estação ferroviária.O monumento dia a dia é impiedosa-mente
golpeado e hoje ,em pleno canteiro de obras da construção de um já “
comemoradíssimo” extemporâneo “ novo terminal de transbordo”.Notícias dão
contas de que,para tentar atenuar o mal-estar,ele receberá uma meia-sola
sob os trabalhos de uma equipe de restauradores,como sempre numa recém
contratada mão de obra forasteira – tal a antiga promessa para a Capela N.
Sra. da Piedade,no Cantagalo.
- Tristezas
e decepções à parte,em consolo abraço a ação de renascimento
preservacionista sulparaibana,dando a este escrito o título de “ A casa do
barão”,também ilustrando-o com uma foto atual.Este belo solar,situado na Praça
da Bandeira ,no tradicional Lava-Pés – construído em 1860 pelo Barão da
Parahyba ( João Gomes Ribeiro de Avelar,barão em 1848 e visconde com
grandeza em 1876) entre outros preciosos imóveis que levantou na cidade –
poderá servir de símbolo deste movimento socorrista de
preservação,principalmente por ter o mais recente risco ,a popular “bola
da vez”, de demolição da fúria da especulação imobiliária.Na próxima
semana continuo o assunto, sobre o barão e sua importante casa Em uma
colaboração para a redação de um urgente pedido de tombamento;apresentarei
novos e indispensáveis dados da biografia empreendedora desse
conceituadíssimo titular do império e a amante incondicional de Paraíba do
Sul.
-
- Ezilma
Teixeira Teixeira
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