sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lingua Ferina



 Andréia Carvalho Gavita



os leões rugem
e me mergulho
na órbita daquele aviso

não entrarás

rugidos partem meu escafandro
e me sufoco
no sumo daquela euforia

e me debato
nos átomos de carbono

não acidificarás

e me respiro
entrando

sou um leão alado
no dorso
pêlo cio de archotes
lança chama,
a cabeleira neutra

imersa no vôo que me ruge
escrevo
uma vírgula
insurreta

pendente da boca do felino

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