quarta-feira, 27 de novembro de 2013

quando os números estão iguais, grão de poeira, faz um pedido
se bem que pela magramagreza cocainímica logo se vê
que este barba branca fatalmente não é o papai Noel
a beleza leva nada no tempo é uma lembrança ou está
na carteira a carteira na jaqueta de couro, digo
uma resposta com naftalina e alegre feito alguém passando o débito
num lugar que posa de artista e o óleo quente da morta da cozinha
boceja o star sem banda música própria nem mancha
e a marota, só um lado do cabelo raspado, vira a tequila vira a tequila
e a anodinia do velho historiador ainda por chegar dentro de um tratado
a beleza é uma lembrança né ou vem um cheiro de produto de limpeza
o Baixo Trajano é um ralo sei que vou definhar
hoje perdi forte tudo se apresenta lista de supermercado
o poeta quer praticar budismo kkk logo na sociedade dos homens
ou até mesmo o choro contido dentro do copo com sua faz tristeza
é claro, por causa de uma mulher, abismo-coração, ele morre de medo desta área
e a cada na minha terra há um ditado mallarmaico
a psicanálise na terceira porção de fritas o Baixo Trajano é um rabo
e a gente faz desastres faz desastres faz desastres
caro cineasta considere que você é rico e dá pra viver que a maconha sempre chega
considere que as portas logo baixam o tempo transcorre monótono
por baixo da camada bem maquiada da euforia o Baixo Trajano é um trânsito
traficantes murmuram do outro lado da calçada
a frase “estes são meus princípios, se não gostarem, tenho outros”, do Groucho
foi aí que você surgiu síndrome das pernas inquietas na minha vida
não posso voltar a beber ela dança o bolero estou apurada pra mijar
lamber toda sujeira pornografia faz fila pro banheiro da desolação, Bob
sou uma criança cabeluda faixa na cabeça e uma tesoura do Conselho Tutelar na mão
aqui conheci um pai uma vez depois conheci de novo e não o reconheci
a beleza é uma lembrança do futuro as costas doendo são asas brotando eu sei
demoram dez e mais dez anos agora apareceu já desapareceu
um solzinho onde começa a noite mais funda

Luis Felipe Leprevost 

Nenhum comentário:

Postar um comentário