sexta-feira, 2 de maio de 2014

ASAS


Cobri minhas asas
Com as cores que recolhi dos desertos.
São flores, galhos, gotas que se espalham...
São contas, penas, mistérios de um atalho.
Estrelas pulsantes, incandescentes raios...
Águas translúcidas, preciosos relicários...
Ânforas de sóis, cântaros lunares,
Murmúrios suaves, toques e olhares...
Mel maduro lambuzado de tâmaras.
Fragrância de corpos de quem amo.
Ondas performáticas de mar.
Ondas enigmáticas de amor.
Óleos aromáticos, tendas de magia.
Delírio, sonhos, fantasia.
Poemas constantes, desejos incertos...
Na ruptura da aresta de um grão de areia,
Ampulheta vazia.

(A. Gomes)

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