Assistindo o emudecer penoso dos dias,
procurando crer e descrendo de tudo
saio a percorrer o enlêvo do chão
este chão movediço e trêdo;
leio anátemas que vão da pedra ao néctar,
é a humanidade a sangrar páramos
onde a besta jacta a crua passa
levando em bocas vadias
o olhar de cacto peçonhento e rudo.
Rolam crânios de aço
e transformam-se os ideais em armaduras
para o emudecido e incurso vão,
que anuncia em risonho ranger
deste arado caos o hosana do porvir.
-Ó vozes glorifiquem o pesadêlo!
Tullio Stefano
( Ctba-Pr,16/05/05)
P.S Este poema foi o segundo poema que escrevi nesta minha aventura ofídica,foi o título e o espírito da poesia inspirados no poema Aos Emudecidos (An die Verstummend)de Georg Trakl,
que tanto me marcou o inicio de minha navegação no tempestivo oceano da poética.
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