sábado, 30 de julho de 2011

A minha religião

Uma visão, um grito, um destino.

Um olhar direto no horizonte.

Um alvo posto muito distante.

Uma espera longa até demais.



Às vezes, tenho medo

dos meus próprios desejos

do que eles podem me fazer.

É tão forte que não aguarda,

antes da lua se esconder,

ao seu lado, tenho que me deitar.



Criei cara, revoltas de coragem

e fui com as sombras à frente,

na sua vida, estar presente.



No olhar, a determinação.

No bolso, única foto, uma recordação.

De mãos apertadas, uma decisão.



Um sonho posto muito distante.

Uma estrada longa até demais.



Correndo noite adentro,

sentia minhas esperanças

caírem pelas esquinas.

Mas quando eu entrava em pânico,

deitava a mão sobre o meu bolso

e me arrepiava o desejo

de em seu rosto tocar

antes do sol se revelar.



Um sentimento deixado latente.

Um desejo cobiçado há muito tempo.



Um riso, um corpo, um beijo.

O sexo quente até demais.

Uma pessoa desejada,

dos pés a cabeça,

da carne a alma,

como se fosse deus,

a minha religião.



by Zi

Ser humano no mundo

 Abra os olhos,

quem é que vai fazer girar

a roda da fortuna de nosso mundo?

Ainda há como costurar

profundas feridas?



É preciso que espanem

o mofo das antigas instituições.

Há teias de aranha cobrindo

velhos preconceitos.



A floresta amazônica está em chamas

e o petróleo sujou mais uma vez o oceano.

Mas tudo é menos importante,

OLHE, agora,

uma MENINA foi se deitar na calçada.



Outro animal exótico entrou em extinção

e há mais um buraco na camada de ozônio.

Mas tudo é menos importante,

OLHE, agora,

um MENINO está com a mão estendida.



Tudo é menos importante.

OLHE, agora,

por quem está ao seu redor.



Há teias de aranha cobrindo

velhos preconceitos.

É preciso que espanem

o mofo de antigas instituições.



Abra os olhos,

quem é que vai fazer girar,

a roda da fortuna de nosso mundo?

Ainda há como costurar

profundas feridas?



OLHE, agora,

uma MENINA foi se deitar na calçada.

OLHE, agora,

um MENINO está com a mão estendida.

Tudo é menos importante.

OLHE, agora,

por quem está ao seu redor.



by Zi



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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Cada letra pulsa sangüínea chama como as do teu olhar que devora o abismo contemplando o infinito.

Medo é o teu caminhar na rota rasgada de um pesadelo que explode ali na esquina.
sentir a textura de um sofrimento derramado como ácido na pele. Na pele de quem toca um farrapo
comensal de cães ladrando irmãos sem distinção.Animais .Nós mesmos que nos projetamos nos outros
nossas larvas .Nossas lavas subterrâneas de nosso Hades.Mar revolto sob o gelo.

Na insana cidade de banal cópula de violências no parque de horrores e neon.
Tudo se esconde quando se revela atrás dos vidros, o aço.

Wilson Roberto Nogueira

Mercadoria desvalorizada

Ali está aquele Zé cabisbaixo, chutando a lata, com a pasta debaixo do braço.A própria imagem do soterrado arrastando as correntes de suas frustrações. Ainda tem faíscas de ideais no fundo de uma conversa torta na hora em que o dia morre para ressuscitar de mascaradas esperanças. O trôpego caminhar do proletário do saber, coisificado em sua ânsia esvaziada de ensinar.Um mero repetidor de clichês e platitudes ; nada além de barro transformado em falácia forrando seu guardapó.

Nas salas desnutridas de significado almas escapistas vagam em suas próprias cavernas enquanto se distraem com os desenhos e os sons de seus próprios ecos sem ter olhos para ver ou ouvidos para escutar o que lhes ameaça o presente perpétuo de seu piso sem consistência, afundam até o pescoço em lodo mas seguem cegos pelas luzes de seus próprios egos.

Enquanto o Zé se dissolve no mar de palavras estéreis, sementes ocas e poeira que se consome em sinais sem sons nem imagens.

O Zé é um clown que ri e chora sob a máscara porque ele ainda não é uma coisa.Talvez.



Wilson Roberto Nogueira

Se fira com safira
se for doer
Saracura.

Fernando José Karl
Sinto que o presente m~es me assassina
os derradeiros astros nascem tortos.

Mário Faustino

Maquinomem

O homem esposou a máquina
e gerou um híbrido estranho
um cronômetro no peito
e um dinâno no crânio.
As hemáceas de seu sangue
são redondos algarismos
crescem cactos estatísticos
em seus abstratos jardins
Exato planejamento,
a vida do maquinomem.
Tredidam as engrenagens.
em seu íntimo ignorado,
há uma estranha prisioneira,
cujos gritos estremecem
a metálica estrutura;
há reflexos flamejantes
de uma luz imponderável
que perturbam a frieza
do blindado maquinomem.

Helena Kolody

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cabeça Dinossauro

Ku Klux Klan,

IRA, Segregação Racial.

Todos parecem ter cabeça oca.

Será que ninguém presta atenção

nas notícias que rolam na televisão?!



O nosso planeta vai mal,

mas todos parecem não se importar,

ninguém junta forças

para trazê-lo de volta ao seu curso normal.



Quem é forte o suficiente para se importar?!

Apenas saiba: ninguém está aí pra gente.

Ninguém está aí pra gente.

Mas quem é sensível, se importa

com o que acontece com a gente!?

Ninguém está nem aí pra gente.



Skinhead, Apartheid,

IRA, Segregação Sexual.

Todos parecem ter cabeça de bagre.

Será que ninguém presta atenção

nas notícias que rolam pela Net?!



Se matar por salário vale mais que ter alegrias.

O nosso tempo foi comprado por ninharia

e nem temos como aproveitar os nossos dias.



Quem é forte o suficiente para se importar?!

Apenas saiba: ninguém está aí pra gente.

Ninguém está aí pra gente.

Mas quem é sensível, se importa

com o que acontece com a gente!?

Ninguém está nem aí pra gente.



E os que pagam por nosso emprego,

são os que mais nos devem amor.

E os que ganham para nos guardar,

são os primeiros a nos violentar.



Coca, Capitalismo,

IRA, Segregação Social.

Todos parecem ter cabeça, pra quê?

Será que ninguém presta atenção

no que lhe mostra sua própria visão?!



Quanto mais a atualidade se tecnologiza,

mais a humanidade se torna primitiva

e preferem ainda mais se impor do que respeitar.



Quem é forte o suficiente para se importar?!

Apenas saiba: ninguém está aí pra gente.

Ninguém está aí pra gente.

Mas quem é sensível, se importa

com o que acontece com a gente!?

Ninguém está nem aí pra gente.



E os que pagam por nosso emprego,

são os que mais nos devem amor.

E os que ganham para nos guardar,

são os primeiros a nos violentar.



Apenas saiba: ninguém está aí pra gente.

Ninguém está aí pra gente.

Ninguém está nem aí pra gente.



by Zi

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sonhos líquidos

As pessoas quando dormem sonham,

eu não.

As pessoas quando cochilam sonham,

eu não.



As pessoas possuem seus sonhos dentro delas,

mas os meus fugiram de mim.

E, agora, eu vivo para tentar recapturá-los.



Os meus sonhos fugiram para todo tipo

de superfície líquida.

E é por isso que eu sempre corro pela rua

de braços abertos quando cai chuva.

É para tentar senti-los em meu corpo de novo.



As pessoas quando caem no sono sonham,

eu não.

As pessoas quando adormecem sonham,

eu não.



As pessoas possuem seus sonhos dentro delas,

mas os meus escaparam de mim.

E, agora, eu vivo para tentar agarrá-los.



Os meus sonhos fugiram para todo tipo

de superfície líquida.

E é por isso que em todas noites eu me embriago,

engulo de uma só vez, uma taça após a outra.

É para tentar senti-los dentro de mim de novo.



As pessoas quando vêem um objeto de desejo sonham,

eu não.

As pessoas quando querem muito algo sonham,

eu não.



As pessoas possuem seus sonhos dentro delas,

mas os meus foram embora de mim.

E, agora, eu vivo para tentar reencontrá-los.



Os meus sonhos fugiram para todo tipo

de superfície líquida.

E é por isso que todo ano, eu gasto uma nota

para ir ao litoral ver o mar, nadar no mar.

É para tentar senti-los em volta de mim de novo.



As pessoas sonham,

eu não.



 Zi

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ofuscada pelo Sol a Lua saiu sorrindo.

Wilson Roberto Nogueira
Palavras são pássaros
voaram !
não nos pertencem mais.

Helena Kolody
A vida é bela
só não vale chute na
canela.

Solda
Cada um de nós é uma multidão de tipos
você é sempre novo diante de outra pessoa.

Dalton Trevisan
A chuva se derrama pelo chão, contas brancas espirrando por todo lado.

Dalton Trevisan
Saudade. o aperto da mão de uma sombra na parede.

Dalton Trevisan

segunda-feira, 25 de julho de 2011

É preciso que se morra
Mas que se morra
aos poucos
Devagar
dentro do horário
Com cautela
Sem onerar o erário
É preciso morrer
Na disciplina protocolar
Parar de respirar
sem nenhum comentário
Morrer
É muito particular.

Solda

Disque-Denúncia

-Cabeça ?
-É.
-De quem ?
-Não sei. O dono não tá junto.

Marçal Aquino

Preceitos da Dúvida

O poema é o ácido
sobre o absoluto.

Ademir Demarchi
A arte é a secreção
 do onírico.

Ademir Demarchi
Corre o copo
boca a boca
nesta festa
de mordaças
cerra o dente
golpe a golpe
destrói o copo
que passa.

Hamilton José Barreto de Faria
Curitiba, 1978
Morto de cansado
e puto da vida
feneço
para que a terra
putrefaça ainda mais
tudo de podre
que encontrar
em mim.

Solda

Noites sem estrelas...(tempo sem deuses ou anjos)

O tempo hoje é feito de aço

forjado a fogo-ferro-fundido

Lágrimas de lamas e lavas - fuligens

Os olhos da noite repousam na esfinge

A sentença – equação dos destinos



Enquanto os colibris beijam flores de plástico



Os sonhos partiram nos refrões, solos das últimas canções

Os mares se foram e com eles seus cais e seus faróis.

E os homens perdidos, em silente ruído: Rogai por nós.



A um céu ausente, de deuses dormentes, em antigos esconderijos



E sete vezes por sete luas sete vozes cavalgaram o tempo a sós

e os homens perdidos, rasgam-se em gritos: Rogai por nós.



A um céu artificial, dormente, de deuses ausentes - flácidos!

E os colibris ainda beijam as flores de plástico.



Tonho França

O jogo de azar do desejo

Reticências, meu amor, são para quem conhece o sabor do escárnio na auto flagelação. O sentido incompreendido de prescrutar cada centímetro de pele, quando esta cede, às nuanças do invasor.



O jogo de azar do desejo, anestésico da razão, forjado para nos livrar do livre arbítrio, enquanto sabe-se que sob a crosta fede a cidade, forja o implacável simulacro de reclamar amparo ao predador.





Ricardo Pozzo

sábado, 23 de julho de 2011

Pisca o semáforo






e os carros esperam a senhora pomba passar



passos de barquinho de penas em breve ondular



atravessa na faixa!



deixa sonhar



a poesia é criança.



Um breve piscar fugitivo



- É um assalto!



E



voaram as penas para todo lado



Ela conseguiu voar







Wilson Roberto Nogueira

Estanos em obra

Abriram um diálogo na rua
que cruzo para chegar em casa
parecia o gás chegando o telefone chegando
o fim dos buracos
ou algo a ver com o progresso bem ajustado
e o caráter prático da vida

agora que saí do marco zero
estaca zero
não chego nem volto
não há como contornar e
se torna óbvio que é apenas um vazio

aqueles amigos que achavam que não conseguiriam
avançar para além do marco zero
estaca zero
já sabiam deste buraco diálogo conversa erosão.

Edson Falcão
A fachada e os fundos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Certidão

Calar a dor infinda
que um dia botaram no teu fardo
do espinho agudo de agonia
que por ti restou o passado

Tempos idos de ventura errante
que foi assentada sua formação,
Registrou-se a fantasia marcante
mas que sente o peso do carimbo na certidão

A loucura que tornou-se tua vida
tirou a face pura
dos tempos da infância querida

arrancaram da alma a aventura
e a boca que sobra-se perdida
quer gritar, está doente e não acha cura.

Marcelino Galeano

Os chineses vêem nos momentos de crise a oportunidade para superar desafios . Também é o cavalo encilhado que aventureiros montam para segurar em suas mãos o destino de nações .Apelando para o culto da personalidade , populistas amarram o destino de seus países aos seus caprichos .Em momentos de profunda crise institucional é que emergem líderes das sombras bancados por estruturas gananciosas e segregadoras por trás de escudos moralistas espalham o medo e semeiam o desejo de vingança as siluetas nas sombras de cada rua ou esquina.



Em cada esquina olhos de sangue pesadelos turvam .Onde cada murmúrio , cada cascalhar inconseqüente é uma conspiração.Cristais se quebram no mirar das crianças proibidas de sonhar; os jovens de amar; os livros armas que alimentam fogueiras que dançam até o firmamento que treme pelos dias que virão As pessoas enclausuram-se e só saem de seus abismos existenciais para apontar o vizinho no gozo de sentenciá-lo antes que um estampido respire em sua nuca o seu último ganido silencioso. O frio e a neve vestem os lares enquanto as fogueiras se negam a acender nos corações.Na escuridão preserva-se a luz que pode ser perigosa se iluminar o olhar sem censuras.



Wilson Roberto Nogueira.





quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma gota de cristal na poça

Nasceu prematuro , de um acidente de paixão adolescente. Um mecânico filho de nortistas ousou entrar no recinto íntimo da profunda princesinha estrábica , profusamente solitária.




Para afastar aquela negra mancha no caminho do vasto dourado horizonte não tardara o patriarca a regiamente pagar para apagar a vergonha. Como insulto à propriedade extorquida. No silêncio da suposta submissão, afrontando o afastamento e todo sangue do sentimento como veneno da humilhação para alimentar de ódio o temporal para longe levar a possibilidade de uma película de pensamento em retornar.



Não era nada porque nada sobrara, só a alma da mulher que arrastava os restos de suas vestes de carne em meio a outras almas zumbis, trancafiadas em pesados pesadelos durante lustros ocultando na poeira toda a beleza. O lustre não era de cristais, sempre chamada de vidro até partir-se em foscos cacos miúdos.



Quanto a prole defecada pro mundo, longe de ser o bebê Johnson ariano ,restara aquilo, um saguizinho que nasceu desobedecendo o destino nascituro. A teimosia em ter vingado será a fatura pela qual terá que responder em cada palavra carinhosa de ácido tão cristalino como água para ser bebida.



O esperma inválido conseguiu a proeza de projetar a arquitetura que cismava em abandonar-se no mar do crescimento. Aguardavam que morresse. Amadurecendo entre cactos e hera sob a sombra da esperança, uma nuvem para encobrir o sol negro de sua existência.



Encontrou uma caverna entre os livros que lhe revelaria o centro incandescente de espíritos imortais que assim como ele, passaram por entre os abismos sem jamais serem engolfados pela inexistência sedutora das cores que a queda eterna patrocina.



Mas o miquinho crescera e se tornara um homem , a presença constante da Ausência não era mais um fantasma, agora na carcaça de um cadáver, um casco, uma cousa pousada sob o caixão. A lágrima não encontrou na memória do afeto a chama necessária, era apenas um pote de barro dentro de uma caixa de sapatos gigante."Adeus Pai".Cujo espírito não era nada santo.



Os passos pesados como toras de carvalho socando a terra como trovão sempre dera o compasso da caminhada dura do enjeitado de cuja palha de que era feito trançou os liames de aço para enfrentar sua maturação androgênica .Caminhadas duras entre pedras e percalços quando não se tem os requisitos exigidos pela seleção natural . A viril fortaleza foi forjada no fogo na bigorna da vida, nas ruas e no constante desafio na família apostrofada.



Nadou na medida em que se afogava até encontrar a morada de toda sua angústia de viver e morrer de tanto embriagar-se de vida no amor daquela sua última morada, sua esposa.



Enquanto ela esteve em "estado interessante "  encontrou de alugar um "quartinho " na vizinha .Afinal "Sua Santa mãezinha " mãe de sua semente era sagrada como uma igreja.Templo de sua aliança divina com o Criador a partir da qual era perversão incestuosa ter relações , "poderia ferir o bebe " !



Bom .Nasceu um gorduchinho que demorou a abrir os olhos e quando abriu a natureza os tinha rasgado. Saiu na noite para comprar charutos e jamais voltou. Foi encontrado no alto de uma igreja abandonada tocando um violino imaginário.Voou como um urubu para outra vida entre os partidos vidros de cristal.



Wilson Roberto Nogueira
Agora com a conscientização ecológica os esgotos das metropolis viraram motivo de interesse público e até fonte de renda das prefeituras que abriram uma nova frente para a curiosidade forasteira. O turismo subterrâneo nas galerias da capital, um parque temático com músicas para todos os gostos, aliás existem até aqueles que juram que as ruelas liquidas dos esgotos exalam uma melodia sem igual. O olor e as criaturas que nas trevas se alimentam dos subprodutos urbanitas são os símbolos silenciosos desta capital ecologicamente correta da urbe nefelita . No sangue agora translúcido desta cidade ecolotra a água torna-se de pleno uso para lavar pratos, prantos e pessoas.




É o século XXI que se vê Paraíso a começar da descarga !



Wilson Roberto Nogueira

domingo, 17 de julho de 2011

Eu, você, eles...Dormimos em caixões lacrados,

Durante todo o trajeto da vida,

A felicidade esta localizada,

No centro da floresta negra.

Onde é escuro, frio, e a umidade,

Domina completamente todo o lugar.



Gigantescas árvores, rouba-nos o ar,

Enquanto "seres" com enormes tentáculos,

Impedem a passagem, à protege,

para que ninguém a possa tocar.



Durante todo o percurso da vida,

A sorte é lançada em um abismo,

Onde poucos se atrevem pular atrás e ir buscar.



A alma cansa, o coração se fere,

A boca lacra e os olhos cerram-se,

Na ilusão causada pelo mortal e sobrenatural,

Escuro da densa mata, conhecida como viver.



Durante todo o trajeto da vida,

Morremos um pouco, dia após dia;

Morremos pelo sorriso que não damos,

No abraço que não recebemos,.

Pelo beijo que tanto clamamos ou pelo

Que jamais sentiremos.



Um assovio, um simples estalar de dedos.

Somos feito soldados de chumbo,

Feito brinquedos, já sem uso,

Que jogados no armário esperam os anos se passarem.



Bebemos lágrimas durante toda essa caminhada,

E nos banhamos com sangue inocente todos os dias.

Do olhar que demonstrava total saber, poder...

Antagônico, fez-se medo.



Durante todo o trajeto da vida,

Guardamos segredos,

Os quais jamais serão revelados.

Eu, você, eles...

Dormimos em caixões lacrados,

Enquanto embalsamam nosso sonhos e sentimentos.

Durante todo o percurso caminhamos,

de mãos dadas como arrependimento.



No silêncio gritamos por aquilo que não fizemos,

Ou que fizemos sem ter a mínima vontade de ter feito.

Omitimos nossa covardia,

Mentimos no escuro de cada raiar do dia.

Assassinamos todo o encanto e toda a magia,

Com um simples e letal, "eu também".

Eu também te amo.

Eu também te odeio.

Eu também te quero.

Eu também te queria.



Durante toda a caminhada da vida,

Sorrimos tentando demonstrar alegria,

Enquanto a alma gritante pede socorro,

Pedindo para que não a deixe fenecer, de novo não.



Durante toda a trilha na estrada chamada vida,

Selamos a paz com salvas de tiros,

Palavras proferidas no calor da emoção.

Mentiras e verdades esvaídas do que não se sente.



Com a arrogância, a falta de pudor,

De amor, em não mais preocuparmos com a distancia.

A mesma que outrora causava a dor, de uma saudade talvez...



Choramos por sob cadáveres de nós mesmo,

E sequer percebemos,

Que morremos tentando trilhar o caminho chamado viver.

Não nos preocupamos em simplesmente aprender, a conviver

Para não adormecer, mesmo estando vivos, para uma "vida eterna".

Na terra que feito semente, recebe agente, assim, como recebe a chuva.

E nos transforma em pó, pó a esvaecer no vento da respiração sufocada,

Tragada pela morte de quem caminhou, caminhou pela vida e não aprendeu sobre

viver.

Que pena!

Luciane Macário

quinta-feira, 14 de julho de 2011

HERÓIS & DIAS AMENOS

Temos que a vida não dói.

- Viver é tudo que temos!

Ao menos somos os heróis

Da história que nos fazemos.

E, enquanto o tempo nos rói,

Tecemos planos de engenhos...

Vamos em busca de sonhos

Usando de asas e de remos.

Galgamos sobre o passado

Buscando os dias amenos

Tememos sobre o futuro

Que nem sabemos se temos

Jogamos os nossos melhores

Tentando ganhos pequenos

Treinamos poses de heróis

Da história que nós queremos!

Enfim, nós somos assim:

Restos de tudo que fomos

Mas sempre somos heróis

Da história que nos contamos

Nos cremos por maiorais

Que, ao certo, um dia seremos

Morremos sempre no fim...

- Fingimos que não sabemos!


Altair de Oliveira
(Poema do livro "O Lento Alento")

Zero Grau

dói, a pele nua próxima ao zero grau centígrado e o papelão dos euro burgos tecnocratas não seria suficiente para explicar olhares polímero recicláveis que trans elucidam vitrines com sensores de alarme ao sinal:



aguarde!



seu sonho de consumo pode ser um furo no aparelho psíquico destruído por falsas promessas, melhor dizer, o equívoco de esperar regozijo tal, que nos alcance ao final



da performance!





Ricardo Pozzo

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Reverbera o verbo liquida alma

da pedra deambulando os caminhos

sonhados do lago gaguejando borbulhas

afunda sem dramas nem damas sonhando

nem dores sentindo nem alegrias

pedras sentem o vazio só no sonho das nuvens

pedra disfarce do granizo

gotejante tecido do vento

véu do dia em tempestade

dorme a revolta do lago lá no fundo

lá no fundo ainda resta uma esperança

de pescaria.

a pedra afunda sem perceber

sem querer



sem amar



sem sofrer.



Só o sol por vir



sonha Poder



fantasma falar



dar a pedra o calor



de sentir.



sou pedra



lápide apócrifa num lago deserto.





Wilson Roberto Nogueira

Reverberando reflexos fantasmas

Reverberando reflexos fantasmas

a lagoa respira

explodindo gotas de arco-íris

atrás do portal florido

suor da nuvem salivando a folha soluçante

sobre a relva vaporosa.




Wilson Roberto Nogueira
-Aquela motorista !


-Qual motorista?

-Você foi pra lá e tinha uma motorista do bus...?

Os franceses não são simpáticos com quem não fala francês.”Pardón,s'il vous plaît"

A motorista que fumava feito uma chaminé e dirigia xingando os outros motoristas até cair o cigarro na calça e...ela não gostou

Homem, O que você está esperando?

O bus passar com outra motorista, bonita e que não fume;

agora só vejo aqueles de cara de travesseiro amassado;

já algum tempo longe do sol, sabe como é...? estou igualzinho !

Disseram que preciso andar no parque, enquanto tiver sol...



Wilson Roberto Nogueira
Dentro da tela do computador moravam mensagens de amor e amizade.


Precisou de uma mão; de um não quando se jogou da janela.

Sua foto foi parar no zétube com milhões de acessos.

O espelho da fama da jovem modelo banhada de vermelho.



Wilson Roberto Nogueira
Perder alguém e cair a ficha muito tempo depois é f..a.


Mas já estou acostumando-me com a idéia. Hoje

em dia é tão simples, basta deletar.Farei isso a partir

de algum dia da semana semana que vier.

Ao menos rendeu uma crônica. Mini-conto ?

A vida um mini-conto rasgado e molhado pelo suor da alma.

Algo eslavo " mas não cigano.Ex sou algo ou o ego agora me engoliu

de um vazio que não sonhara até a hora em que ela partiu.

Que ela vá para puta que a pariu. Não. Ela pariu uma puta dor e sumiu.

Ela não sente nada. Lava a vadia com água o sangue que derrama,

finge drama e mata mansamente com gelo e sobras doadas.

Levar o que da lembrança. Lavar.

Lavar , mas se rasgar não perderei as letras

as letras voam na minha janela enquanto o tempo corre

e fico parado com meu olho do coração .Morto.



Adeus ... Bang !!

(Faroeste na tv)



Wilson Roberto Nogueira
“Paizinho”...!?






-Sim “mãezinha” ?!

-Vamos fazer um “incestozinho”?!

Com esse tempero o casal transou como não desde o momento em que ela dera a Luz, jazem lustros.Os gritos da mulher acordaram o filho que assustado,subiu para socorrer sua mãezinha;assim que se deparou ,emudeceu,correu até um cinzeiro no criado mudo e estava prestes a bater na cabeça do peludo que a estava machucando quando ela gritou o nome do menino e o pai virou-se ; recebeu o golpe na fronte e desmaiou .O menor ficou desesperado e chorava convulsivamente "papai,pai..."A mulher transtornada ,colérica urrava enquanto cobria-se e pegava a pesada cinta que vergastava com a fivela as costas do "parricida"."Você não é meu filho, aberração,não pode ter saído de mim,monstro!"Contudo não demorou de cansar-se de bater e, agarrou aquela trouxinha humana largando-o dentro de um orfanato.O corpo da criança chorava o que seus olhos fundos já recusavam.

Quando ela voltou pra casa quase morreu ao ver o marido de pé ; sofrera apenas um desmaio ocasionado pelo esforço anterior e o susto de ver o filho pronto a agredi-lo, quanto a sangueira toda, o pivetinho acertara uma veia;já tratou (era médico ) .Agora sentia seu útero rasgar pelo que tinha dito e feito ao seu único filho, enquanto o pai perguntava onde o molequinho tinha se escondido, ele procuraria uma maneira de explicar que não estava "machucando " sua mãe.

Desesperada contou para ele o que tinha feito com seu primogênito .Levantou a mão para bater nela ,mas a trouxe para junto de si e entre os seus braços procurou confortá-la.

Foram ao orfanato.Manhã cinzenta ofegando fumaça.Bateu no portão o pai explicou a freira o ocorrido.Entraram no quarto onde a criança estava .Com os olhos afogados ,com as mãos vermelhas com róseas gotas de suor ela implorava balbuciando perdão para o filhinho que afirmava "Essa não é minha mãe , meu pai morreu ".

(O que uma mãe teria feito nessas circunstâncias ? )Seu peito sangrava , a dor era tanta que era ficara cega por alguns momentos ,dilacerada.O marido a carregou para fora daquele lugar.sem saber se um dia aquela fina lâmina cortara os laços de sangue.O garoto aceitara a 'orfandade " sem pesar.

Quando seus pais iam sendo engolfados pela névoa e o portão a se fechar...Jogou-se do leito para o chão e não sentiu mais nenhuma dor correu , correu atrás daquela possibilidade."ser adotado por uma nova Família " .



Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, 12 de julho de 2011

Na calçada ao lado da sua companheira de trabalho o motoboy é assistido por algumas pessoas.








Em volta, como velas humanas de devoção a banalidade.







"A ambulância virá em um minutinho".







"Você chamou ?".







"Não , a bateria do meu cel acabou. ".







"Bom, pelo jeito ele pode esperar."







"Você sabe,eles não tem responsabilidade, um dia isso tinha que acontecer mesmo a um deles".







"Vai ver mereceu"







"Deus do céu,não fale assim !".







"E eu aqui no chão tenho que ouvir isso, e ninguém me escuta !"







Chega a ambulância e partem todos, menos o morto que partira antes ou estavam todos ;voltando a suas casas como fantasmas sem lançar sombras aos passos .







Wilson Roberto Nogueira
Ela estava no supermercado e lhe perguntou se ele lembrava daquela música...



Absorto em seus pensamentos não respondeu; recordava que Anna outro dia insinuara para assistirem a uma película.Sutil convite desconversado por seu bolso vazio e orgulhoso.Puxando o carrinho conduzia para mais uma escada longe do coração dela,o qual resfriava-se à porta de saída, com um pé a sair e outro com pena de si por ter perdido tanto tempo.


Wilson Roberto Nogueira
No denso lençol de água






ele foi tragado para o útero da Rua dos Chorões.



Dia cinzelando lagrimas em Curita.



Wilson Roberto Nogueira

Afogados na Cidade
O cano de um revólver na cabeça de um aluno em frente a escola.Correria,angústia, desespero.Trocam passos incertos ,pés em todas as direções sob pernas tremulas.Ouvem tiros que explodem no desespero do silêncio, imaginando dor e sangue, que sentem em suas entranhas.Pavor.Professores como pastores tangem seu rebanho para a segurança (?) das salas.Professoras procuram armários inexistentes para se esconder, alunas gritam e choram sem saber, sem ver.Do alto de uma janela a diretora impassível perscruta o drama.Homem armado ameaçou aluno, mesmo sendo esse aluno o Maeda, não merece tal violência.As vísceras do infortúnio sorriem, um prazer sádico abre uma avenida nos lábios da professora de português.Enfim era só um policial à paisana.


Mais um dia rotineiro da escola brasileira.



Wilson Roberto Nogueira
Os dentes da madrugada curitibana rangem enquanto uma montanha de panos velhos aproxima-se de um apressado pacato burguês e sua sacolinha de remédios."Uma moeda por favor ".Sem desviar o rosto da estrada deserta, responde:"Lamento,minha última moeda gastei nos meus remédios ".Não perde seu precioso tempo procurando algum rosto entre aqueles trapos ambulantes e levanta o braço mostrando a sacola da farmácia, enquanto com a outra em punho cerrado ,aperta a moeda com a efígie do presidente JK.Passos apressados na escuridão sem o farol dos carros ,passa a andar no meio da rua.Como o tempo pode ser tão longo!




Wilson Roberto Nogueira
Feliz ano novo Quim querido !


Joaquim olhou no fundo dos olhos de Maria e disse "Não me lembro, quem é você?"

A moça virou-se e foi embora dizendo baixinho,com o sal de sua alma "quinzinho...".

Ela vivia em sua memória e seria eterna enquanto ele vivesse, enquanto ele vivesse.

Viver já não vivia e para fazê-la viver sua própria vida decidiu matá-la na memória

Arrastava sua existência de bar em bar e a encontrava sempre no fundo do copo

desde que acreditara tê-la visto numa sombra de paixão com outro alguém ou com outra ?Agora ela voltara como um fantasma.



Caminhava na chuva sem enxergar sob o lençol de gelo fino da manhã ,ensopada olhou para trás ,

para o espelho que refletira seu amor .amor que era só dela.



Wilson Roberto Nogueira

Urbe Cínica II
O PM verificou o pente e o encontrou sem balas.Queria provar seu amor incondicional a amante.Ele a levou ao motel.Depois das preliminares,sacou a arma e disse que ia provar o quanto a amava.A bala estava na agulha.






Wilson Roberto Nogueira
O filho de 22 anos do policial aposentado, foi surpreendido por uma saraivada de balas; morto por policiais. Filhos talvez de ex-colegas de seu pai. Ele, o elemento ,preparava-se para assaltar um empresário estrangeiro ,que despreocupado passeava com a amante no parque pouco iluminado. A polícia descobriu por intermédio de informante,o qual cobrara pela delação uma pedra de crack. O pai convalescente da químio aguarda para morrer.Tem pressa para inquirir o filho. Onde eu errei !






Wilson Roberto Nogueira

Em São Paulo fazendo boas ações...

Fui a uma loja hoje de manhã e estive lá por uns 5 minutos.

Quando eu saí, vi um marronzinho (agente de transito em SP), com sua motocicleta, todo prepotente (eles se sentem

'otoridade') preenchendo uma multa. Corri até ele e soltei o famoso:

- Peraí, amigão, não faz isso não... dá uma chance!

Ele me ignorou e continuou escrevendo a multa. Então, eu o chamei de babaca metido a polícia!

Ele me olhou e, sem dizer nada, deu uma olhada em um dos pneus do carro e começou a fazer outra multa. Então eu

falei:

- Que merdinha de profissão a sua, hein?

Ele começou a escrever uma terceira multa! Foram mais uns 5 minutos ali fora, discutindo com ele, ou tentando

discutir. E quanto mais eu xingava, mais multas ele preenchia.

Depois que eu vi que aquilo não iria resolver, saí dali e fui pegar o meu carro no estacionamento, na outra quadra.

Mas tudo bem! O importante mesmo é ter tentado ajudar o outro coitado que eu nem sei quem é!

Sempre que possível, devemos tentar ajudar alguém!

A gente se sente com a alma lavada!



Deisi Giacomazzi Silva

terça-feira, 5 de julho de 2011

MEU SONHO

E o meu sonho disse que era um rio,

...que passado um tempo seria mar,

que lá nos distantes subiria aos céus,

viveria nuvem, cairia chuva,

fecundaria a terra, renasceria trigo,

alimentaria o homem que não quis ver o sonho

e, cansado desta lida, descansaria pedra à luz do luar.



E o meu sonho disse que era um poeta,

que acordado da pedra sofreria homem

e teria filhos contaminados de trigo,

e que de porta em porta ofereceria sonhos,

e que passado um tempo seria essência,

e que a cruz que levava nos pertencia,

por conta daqueles que não ousaram sonhar.



E o meu sonho disse que era um caminho,

que passado um tempo subiria montanhas,

exploraria cavernas, passagens, abismos,

revelaria fontes, impulsionaria rios

que moveriam moinhos da semente ao trigo,

revelado o mistério do ciclo das águas,

alimentaria o homem ensinando-o a sonhar.

NALDOVELHO

Um terno de pássaros ao sul

Só te amei
sendo teu inimigo
a amizade contigo

é um esforço físico,
inventa-se o caminho
até rarear os pedais da luz.

até inventar-se no caminhante.
Forço a solidão de estarmos
Lado a lado,

Tomando coragem
para dizer;
vamos voltar ?

Fabricio Carpinejar

O MONSTRO DOS BUEIROS DE COPACABANA

Na noite calma, igual a tantas outras

vestida de prata, meia-calça cerzida



e novamente rasgada, batom violeta

e automóveis rorejados de néons cal-

eidoscópicos, brasinos verdes lilases;

na noite vestida de dia amarelo tenso

à porta do motel e do cine privê uma

criatura mortal se esg-

ueira se esconde, serpenteia e faísca.





[...]





Olhares ébrios, prostituídos

procuram a origem do sismo... Ora,

foi cisma.

Só pode.





As gargantas se desapertam, então, e as vozes

se soltam de novo:

em gritos gagos de gozo sem alegria arraigada

a noite segue.





Segue normalmente sem norma e lasciva até que

TECADUM!

Explode o bueiro e o monstro elétrico assoma

girando jubas vermelhas!

cuspindo chamas azuis!

deitando garras, alfanjes!...









Igor Buys




Texto completo aqui: http://bit.ly/iLKWY6

sábado, 2 de julho de 2011

Herança entre as Pautas

Os olhos não veem,

Mas o coração sente pulsando

Em prelúdios líricos, no som das liras

...Flutuando pelo jardim,

Ecoando entre as contas,

Bendizendo a pérola do condão!



A herança da palavra

Está por todas as pautas,

Embora ainda vazias, lá ela está

Mesclando em cada elemento

Um tuto que atrai esperança

E se releva em amor!



Como faria uma cigana,

Li tuas mãos enfatizando a cor, jovial

Celeste aurora d’onde doura os campos,

Cumprindo pelos caminhos

A semeadura dos lírios,

Do verbo a conjugar com a oração!



A aura é latente,

Inundada de ensejos prosaicos

Aqui expostos em anversos singulares,

Reversos navegantes do silêncio

Cicatrizando desejos,

Eternizando o que ficou no luar!



Auber Fioravante Júnior

24/06/2011

Porto Alegre – RS