da pedra deambulando os caminhos
sonhados do lago gaguejando borbulhas
afunda sem dramas nem damas sonhando
nem dores sentindo nem alegrias
pedras sentem o vazio só no sonho das nuvens
pedra disfarce do granizo
gotejante tecido do vento
véu do dia em tempestade
dorme a revolta do lago lá no fundo
lá no fundo ainda resta uma esperança
de pescaria.
a pedra afunda sem perceber
sem querer
sem amar
sem sofrer.
Só o sol por vir
sonha Poder
fantasma falar
dar a pedra o calor
de sentir.
sou pedra
lápide apócrifa num lago deserto.
Wilson Roberto Nogueira
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