quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

(prima)

De hoje não passava. Terceiro ano
consecutivo que a prima vinha
tentar direito na capital. Cascavel
crescia, mas não tinha tubo. Cada
vez a tentação era maior, assim
como seu pinto. O poço de luz era
gelado , mas a visão , do
quebradinho do vitrô, era tão
fervente como camuflada. Ficou
invisível e correu pro seu precioso
metro quadrado. lá vem a prima,
de toalha enrolada e soltando
vapor, banheiro afora quarto
adentro. Fechou a porta. A toalha
caiu , seu pau subiu. a bunda
torneada tinha uns pelinhos finos
e...vadia! tinha jurado que o
cabelo era natural .Vagabunda
oxigenada... não vai passar nunca.
Ela não passou ele brochou.
Adriano Esturilho
(arisco.Quixote.literatura.p17.julho 2005 )
A chuva baila cinza na vidraça
que abre a cidade e
as cicatrizes de concreto.
No mundo não há quem leve,
como eu, este solar crepitar da alma.
Bárbara Lia
( A última chuva .p22.Coleção ME18 )