sábado, 14 de março de 2009

Múltiplo Desencanto

Não era você nem amor nem hora
Nem sei se era eu nem sei se adeus
Muito menos se agora.

O tempo do meu tempo
É um não lento veneno
Dos meus anos.

E não posso tudo que na poça
Do medo dos outros mora;
Meu medo é poça seca.

Nem o desespero me conforma
Luz nenhuma ofuscante despenteia
O desalinho da vidraça

O meu tempo é um veio de um rio
Que é fim é tudo e nada
E tranca e cava e afoga.

Julio Almada, Do livro Hora Tenaz

http://www.beira-do-caminho.blogspot.com

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