domingo, 31 de maio de 2009
Armas Brancas
morto o pivete
na porta do cinema
na mão , um canivete
no bolso, um poema .
Raul Pough
(Síndrome de Hipotenusa)
na porta do cinema
na mão , um canivete
no bolso, um poema .
Raul Pough
(Síndrome de Hipotenusa)
sexta-feira, 22 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Refletindo Silêncio
Para longe de mim
Equilibrando-me
sobre o fio esticado
entre sonho e juízo
prestes a estatelar-me
na rudeza dos fatos,
prestes a alçar vôo
rumo a pouso impreciso
Para longe de mim
A ressonância da tua voz
provoca tremores
muda o curso da libido
no murmúrio raso
do discurso fluido
que escorre
para minhas profundezas
Para longe de mim
Que a figura debruçada
na janela irreal
seja a imagem colhida
pela menina em meus olhos
a ostentar indiferença
Estrela longínqua
refletindo silêncio
no mar
Iriene Borges
Equilibrando-me
sobre o fio esticado
entre sonho e juízo
prestes a estatelar-me
na rudeza dos fatos,
prestes a alçar vôo
rumo a pouso impreciso
Para longe de mim
A ressonância da tua voz
provoca tremores
muda o curso da libido
no murmúrio raso
do discurso fluido
que escorre
para minhas profundezas
Para longe de mim
Que a figura debruçada
na janela irreal
seja a imagem colhida
pela menina em meus olhos
a ostentar indiferença
Estrela longínqua
refletindo silêncio
no mar
Iriene Borges
segunda-feira, 18 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
Olhai os lírios do Campo
Olhai os Lírios do Campo
Não tecem, nem fiam, mas não há
Nada mais majestoso que eles...
Nem Reis, nem eu, nem tu
Nos igualamos à sua beleza.
Olhai, admirai, confirmai;
Não há ninguém, nenhum.
Olhai para mim, os olhos o dizem,
Olho para ti; estão calados os teus olhos.
Teus Lírios parecem murchar.
Nem o céu, nem o mar em toda a sua imensidão,
Conseguiriam dizer o que carrego dentro de mim.
Está no mais profundo eu.
Mas meus olhos conseguem dizê-lo.
Nem o Amor, nem a dor, nem eu,
Conseguiria dizer o que existe
Dentro de ti...
Abra os olhos, fale, grite, não se cale!!!
Teus Lírios estão morrendo
Eu tenho água comigo,
Tenho o azeite para a lâmpada
Olha para mim...
Olhei os Lírios do Campo
Teceram dentro de mim
A majestade da percepção.
Abra os olhos, os meus já
Estão abertos...
Fale, exale...
Huliana Ribeiro dos Santos
Não tecem, nem fiam, mas não há
Nada mais majestoso que eles...
Nem Reis, nem eu, nem tu
Nos igualamos à sua beleza.
Olhai, admirai, confirmai;
Não há ninguém, nenhum.
Olhai para mim, os olhos o dizem,
Olho para ti; estão calados os teus olhos.
Teus Lírios parecem murchar.
Nem o céu, nem o mar em toda a sua imensidão,
Conseguiriam dizer o que carrego dentro de mim.
Está no mais profundo eu.
Mas meus olhos conseguem dizê-lo.
Nem o Amor, nem a dor, nem eu,
Conseguiria dizer o que existe
Dentro de ti...
Abra os olhos, fale, grite, não se cale!!!
Teus Lírios estão morrendo
Eu tenho água comigo,
Tenho o azeite para a lâmpada
Olha para mim...
Olhei os Lírios do Campo
Teceram dentro de mim
A majestade da percepção.
Abra os olhos, os meus já
Estão abertos...
Fale, exale...
Huliana Ribeiro dos Santos
Ventos de Mudança
Ventos, chuvas, cheiro de mudança
Amo a chuva, seu cheiro, seu banho
Sinto-me como quem vê um oásis
Pronto a matar a sede, saciar a fome, o desejo
A doce brisa traz o alento para o ardor
Refrigério para o calor do dia, momentos
Quero vento, tempestade, furacão, força
Quero sair do marasmo, cansaço, delírios
Sonhada mudança, real, possível, será?
Tua alma, minha alma a vagar no deserto
Ah! Mudança... Onde está o oásis?
Onde estão as nuvens? Adeus às miragens
Preciso chegar ao mais alto monte
Quero se a primeira a receber as águas, a chuva
E, quando elas chegarem à base da montanha
Terão levado um pouco de mim, de ti.
Vem comigo! Subamos!
Conquistemos as primícias, ofereçamo-las também
Mudemos sim com a chuva, o vento
Exalemos novo aroma, sejamos vento, tempestade
Mas não permaneçamos como quem está dentro de casa
Entremos no rio pra sempre, sejamos levados por ele.
Huliana Ribeiro dos Santos
Amo a chuva, seu cheiro, seu banho
Sinto-me como quem vê um oásis
Pronto a matar a sede, saciar a fome, o desejo
A doce brisa traz o alento para o ardor
Refrigério para o calor do dia, momentos
Quero vento, tempestade, furacão, força
Quero sair do marasmo, cansaço, delírios
Sonhada mudança, real, possível, será?
Tua alma, minha alma a vagar no deserto
Ah! Mudança... Onde está o oásis?
Onde estão as nuvens? Adeus às miragens
Preciso chegar ao mais alto monte
Quero se a primeira a receber as águas, a chuva
E, quando elas chegarem à base da montanha
Terão levado um pouco de mim, de ti.
Vem comigo! Subamos!
Conquistemos as primícias, ofereçamo-las também
Mudemos sim com a chuva, o vento
Exalemos novo aroma, sejamos vento, tempestade
Mas não permaneçamos como quem está dentro de casa
Entremos no rio pra sempre, sejamos levados por ele.
Huliana Ribeiro dos Santos
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Caraca Véio !!
Em minha cama vazia
escondo os olhos quase fechados
remelentos de vírus
com pedaços de lenços escarrados
e falta de fome de vida.
Meus poros vertem suor de febre
nem suína, nem galinácea,
apenas a de sempre.
Espirro humano que me tira do prumo,
vertigens e dores nos neurônios.
E tosse...tusso... cof...cof...
Deisi Perin
escondo os olhos quase fechados
remelentos de vírus
com pedaços de lenços escarrados
e falta de fome de vida.
Meus poros vertem suor de febre
nem suína, nem galinácea,
apenas a de sempre.
Espirro humano que me tira do prumo,
vertigens e dores nos neurônios.
E tosse...tusso... cof...cof...
Deisi Perin
domingo, 10 de maio de 2009
Lua Negra
O grito torna palpável a solidão.
A estrada atada à linha fugidia,
o topo surdo da montanha
ou um nicho no granito
não ratificam tanto o ser só
quanto gritar na multidão.
O grito é faísca
de massa cinzenta em combustão,
imperceptível na tensa claridade.
O grito é rito
de intriga e desintegração
a riscar e trincar o obscuro.
Se a poesia lambe a face iluminada
o grito tange a lua negra,
sem arrecadar simpatia.
E sabe a censura da razão
e a ovação da boemia etilizada.
Seu palco é a rua,
o relento,
entre a bênção das estrelas
e o irromper dos ratos nos bueiros,
onde qualquer cadela vadia
cuida ensinar-me amar à lua
Iriene Borges
A estrada atada à linha fugidia,
o topo surdo da montanha
ou um nicho no granito
não ratificam tanto o ser só
quanto gritar na multidão.
O grito é faísca
de massa cinzenta em combustão,
imperceptível na tensa claridade.
O grito é rito
de intriga e desintegração
a riscar e trincar o obscuro.
Se a poesia lambe a face iluminada
o grito tange a lua negra,
sem arrecadar simpatia.
E sabe a censura da razão
e a ovação da boemia etilizada.
Seu palco é a rua,
o relento,
entre a bênção das estrelas
e o irromper dos ratos nos bueiros,
onde qualquer cadela vadia
cuida ensinar-me amar à lua
Iriene Borges
A Caixa Preta do Horário Nobre II
Era homem
mas chorou
o piloto,
ao descobrir que sua
vida ia pelos ares.
Como condená-lo
por ter se deparado
com o fato de que
seu corpo
não era preparado
para o fogo,
nem para os efeitos
do objeto
quando choca-se a um
obstáculo em trajetória
programada
apenas pelo telejornal
que,
imaginando ser,
o sofrimento
humano digestivo,
introduz seu aspecto
mercadológico
em território nacional.
Ricardo Pozzo
mas chorou
o piloto,
ao descobrir que sua
vida ia pelos ares.
Como condená-lo
por ter se deparado
com o fato de que
seu corpo
não era preparado
para o fogo,
nem para os efeitos
do objeto
quando choca-se a um
obstáculo em trajetória
programada
apenas pelo telejornal
que,
imaginando ser,
o sofrimento
humano digestivo,
introduz seu aspecto
mercadológico
em território nacional.
Ricardo Pozzo
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Diegese
Dias
grilhões do azul,
arrastados;
dissonâncias diurnas
no pisar da noite
a retrospecção anônima
e o calar da hora.
Dias
mastigados
nos limos da língua,
o palato
estala etílico
mais um dia.
Dias
que diegéticos
extrapolam
o prenuncio do ontem
e a lâmpada acesa,
um sol mínimo
rumoreja
o absoluto
na parede do segundo.
Tullio Stefano
grilhões do azul,
arrastados;
dissonâncias diurnas
no pisar da noite
a retrospecção anônima
e o calar da hora.
Dias
mastigados
nos limos da língua,
o palato
estala etílico
mais um dia.
Dias
que diegéticos
extrapolam
o prenuncio do ontem
e a lâmpada acesa,
um sol mínimo
rumoreja
o absoluto
na parede do segundo.
Tullio Stefano
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Cai o Pano
Eu devia engolir a fala
do modo que engulo o choro
e o retenho com um nó na garganta
e outras linhas emaranhadas
Mas a palavra me desata, me destorce
Faca afiada me destrincha expondo trapos
desfia o alinhavo
da figura adquirida em banca de retalhos
mostra-me em cada laivo a artesania
dos adereços de rebotalhos
A isso que sou
boneca de sonho
títere do som
não cabe reter a palavra que resvala
Iriene Borges
do modo que engulo o choro
e o retenho com um nó na garganta
e outras linhas emaranhadas
Mas a palavra me desata, me destorce
Faca afiada me destrincha expondo trapos
desfia o alinhavo
da figura adquirida em banca de retalhos
mostra-me em cada laivo a artesania
dos adereços de rebotalhos
A isso que sou
boneca de sonho
títere do som
não cabe reter a palavra que resvala
Iriene Borges
Acode-me a Náusea
Abrupta transmutação
e quase me desperdiço
bálsamo sobre tua chaga
Nenhuma redenção emerge
do ímpeto que me traga
Rememoro teus pecados
Num rosário de espinhos
e perfumes
Mas a lucidez agride
cada sonho que elaboro
Acode -me a náusea
Transeunte permeável aos pruridos da miséria
cuja humanidade desvanece após um lapso
de profunda mortificação
Eu passo
Iriene Borges
e quase me desperdiço
bálsamo sobre tua chaga
Nenhuma redenção emerge
do ímpeto que me traga
Rememoro teus pecados
Num rosário de espinhos
e perfumes
Mas a lucidez agride
cada sonho que elaboro
Acode -me a náusea
Transeunte permeável aos pruridos da miséria
cuja humanidade desvanece após um lapso
de profunda mortificação
Eu passo
Iriene Borges
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