Do nada, às vezes,
De lugar nenhum
Surgem luzes invisíveis
A olho nu.
Escuro, ou vozes
Que me chamam
Espelhos se partem — um enxame
De vagalumes.
Nenhum vestígio
De que estivessem aqui.
O olhar uma lâmpada
Apagada —
Uma lua cujo rastro
Acende a lesma que a devora.
Em chamas, inchada,
Ela agora derrama
Seu sangue
Sobre estilhaços brilhantes.
De um outro céu.
Sorrisos, estranhas iscas do além.
Irreconhecíveis.
***
Em "Solarium" (Editora Iluminuras, 1994)
Rodrigo Garcia Lopes
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