quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Graças

Tadinho dos desgraçados
Com sol apagado e sonho destruído
Por imensos senhores bonitos
Na frente do ideal iludido
Pelos senhores bonitos
Tadinho dos desgraçados
Que vêem o mesmo filme
E dançam a mesma música
Cantada pelos senhores bonitos
Que encenam e cantam todos os dias
Tadinhos dos desgraçados
Tadinho deles,
só olham o espelho do banheiro
Comendo restos coitados
Nem tem protesto
Tadinho ainda desses desgraçados
sem saber o que é graça
Vivem na desgraça
de ser um desgraçado
Visto como coitados
Sem graça
Sem sonho
sem sol
Protesto
filme
Música
sem poesia
sem beleza
E de olhos fechados para os senhores bonitos.
Lena Garcia
(jornal do CACS-UFPr.ed2.Agosto 1996)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Leve Mundo em Mãos

Atmosfera envelopa o globo

na caixa de correio

sai tem rumo certo

órbita em torno

do tempo cunhado especialmente

para designar harmonia

Carteiro, carteiro, carteiro

averiguando números para entrega

o sol está a pino

e a terra não chegou ainda a seu

destino.

Maria José de Menezes
(Manifesto Arte-ano II n 17 .jul 04 )

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pequeno Mundo de Amor

No principío era o beijo

doce profundo

logo após o perdigoto veio

no bafo um pouco imundo.

Por fim, o cuspe no seio

acabando com mundo.

Susan Blum

(Boca do Inferno.CAL-UFPr-04.00.n05)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sinérgico

A lua tão bela
era toda singela
frente a sua alvorada
O brilho dela cingia
como o de uma vela ,
Feixe de sonhos vãos ,
ante o clarão ardente
de sua beleza desvendada ,
nos beijos quentes
no tilintar dos trovões
Sobre bocas, braços e dentes ,
estridente fusão estrelar
sinergia a cintilar
pela escuridão encantada.
Era esse o tom,
de nossa noite iluminada.
Alexander Englander.

Infância

Tudo estala
dessenso do acordar
nas praias do absoluto.
É grave a pedra
a pele desgarrada
o esqueleto do silêncio ,
os caminhos recordo
vida minha de cada rua
espectro espanto
das melodias
infância
sonho do cais
onde apenas foi
e que agora
já não há ninguém.
Túlio Stefano

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Citoyen

Já não sei o que sinto
O que é fora e o que é dentro
Esta me saindo o espanto
pelo país que está indo.

As Ondas engolem a nação
Pedaços de todos os Não
Cobrindo um povo
E a bandeira que fica
_
Marília Kubota