Tadinho dos desgraçados
Com sol apagado e sonho destruído
Por imensos senhores bonitos
Na frente do ideal iludido
Pelos senhores bonitos
Tadinho dos desgraçados
Que vêem o mesmo filme
E dançam a mesma música
Cantada pelos senhores bonitos
Que encenam e cantam todos os dias
Tadinhos dos desgraçados
Tadinho deles,
só olham o espelho do banheiro
Comendo restos coitados
Nem tem protesto
Tadinho ainda desses desgraçados
sem saber o que é graça
Vivem na desgraça
de ser um desgraçado
Visto como coitados
Sem graça
Sem sonho
sem sol
Protesto
filme
Música
sem poesia
sem beleza
E de olhos fechados para os senhores bonitos.
Lena Garcia
(jornal do CACS-UFPr.ed2.Agosto 1996)
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