quarta-feira, 30 de julho de 2008
Crime Perfeito
O amor não te atinge
Empedernida esfinge
De enigmas insolúveis
Com palavras lacerantes
Esquartejas tuas amantes
No silêncio da madrugada
Iriene Borges
Empedernida esfinge
De enigmas insolúveis
Com palavras lacerantes
Esquartejas tuas amantes
No silêncio da madrugada
Iriene Borges
terça-feira, 29 de julho de 2008
desCaso
A ferro e fogo
marcados estão
com o prato vazio
o sorriso tragado
por promessas em vão
no coração só mágoa
o sol é só uma bola
de onde desce o calor
na água do poço
não há reflexo
só lama e dor
olhando a lua
o que vêem é o breu
estrelas
beleza não têm
só mesmo tristeza
medo até de dormir
pavor de acordar
são homens sem teto
com medo de amar
Cláudia Gonçalves
marcados estão
com o prato vazio
o sorriso tragado
por promessas em vão
no coração só mágoa
o sol é só uma bola
de onde desce o calor
na água do poço
não há reflexo
só lama e dor
olhando a lua
o que vêem é o breu
estrelas
beleza não têm
só mesmo tristeza
medo até de dormir
pavor de acordar
são homens sem teto
com medo de amar
Cláudia Gonçalves
Kaddish
A natureza me deu saúde
mas não me deu paz
(Justinus Kerner)
A possibilidade do suicídio torna a vida muitas vezes suportável
(Emil Cioran)
Kadish
à Diego Pader Terry.
Iria começar uma oração
me lembrar um salmo,
iria rezar o pai-nosso
ou um kadisch
volver meus olhos
distar o jamais
aproximar meu passado.
Iria começar uma oração,
louvado seja!
lembrei que
do oitavo andar em Niterói
deus é pedra
a mesma pedra
que iria por em sua cova.
Louvado seja,
a mentira do sagrado,
que,
eu profano nesta hora;
bendito seja o Nome
meu Nome,
teu Nome (leitor)
e o Nome de quem nestas linhas
eu pranteio.
Louvado seja,
quase me esquecí
do intérmino da face
subterrâneo vivo
onde começa o meu olhar
Louvada seja
a Carne
- ossos lascados -
deus das alturas
vai
em queda livre
onde jaz
a carniça do vento.
Bendito seja o inferno,
maldita bendição,
porque malditos são
todos os alados
porque asas pesam,
pesam
a juventude nossa de cada sonho.
Bendito, louvado e maldito
seja o céu...
rasuro tua lápide,
arremessando as letras
seladas
com o cuspe
do amanhã;
santo é
o nome do Horror;
inscrevo-lhe meu salmo
e rasuro tua lápide.
Maldito, louvado, bendito
seja o Nome da Carne
Ossos que espatifam.
Perdoe-me Pedra
venha tu
ao meu reino
que seja feita
em terra
a terra
nos extratos do jamais
e rezo aqui
o cimo daquela hora
no declive desta oração.
Amém.
Tullio Stefano
mas não me deu paz
(Justinus Kerner)
A possibilidade do suicídio torna a vida muitas vezes suportável
(Emil Cioran)
Kadish
à Diego Pader Terry.
Iria começar uma oração
me lembrar um salmo,
iria rezar o pai-nosso
ou um kadisch
volver meus olhos
distar o jamais
aproximar meu passado.
Iria começar uma oração,
louvado seja!
lembrei que
do oitavo andar em Niterói
deus é pedra
a mesma pedra
que iria por em sua cova.
Louvado seja,
a mentira do sagrado,
que,
eu profano nesta hora;
bendito seja o Nome
meu Nome,
teu Nome (leitor)
e o Nome de quem nestas linhas
eu pranteio.
Louvado seja,
quase me esquecí
do intérmino da face
subterrâneo vivo
onde começa o meu olhar
Louvada seja
a Carne
- ossos lascados -
deus das alturas
vai
em queda livre
onde jaz
a carniça do vento.
Bendito seja o inferno,
maldita bendição,
porque malditos são
todos os alados
porque asas pesam,
pesam
a juventude nossa de cada sonho.
Bendito, louvado e maldito
seja o céu...
rasuro tua lápide,
arremessando as letras
seladas
com o cuspe
do amanhã;
santo é
o nome do Horror;
inscrevo-lhe meu salmo
e rasuro tua lápide.
Maldito, louvado, bendito
seja o Nome da Carne
Ossos que espatifam.
Perdoe-me Pedra
venha tu
ao meu reino
que seja feita
em terra
a terra
nos extratos do jamais
e rezo aqui
o cimo daquela hora
no declive desta oração.
Amém.
Tullio Stefano
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Duelo
Nesta noite, luto com minhas sombras
e vou partindo, elo por elo,
todos os fios que me ligam a vida,
no meu último duelo.
Jorge Medauar
e vou partindo, elo por elo,
todos os fios que me ligam a vida,
no meu último duelo.
Jorge Medauar
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Dois teoremas para Allan Poe
I
Um rosto movendo-se ao vento
olhar satânico
cabeleira revolta
tosca boca romã
o amor nos lábios
de um blasfemador
II
Uiva o vidraceiro
cai a pedra na vidraça
não há névoa
o orvalho é minguante
a lua gestante
passeia com lobos no ventre.
Anísio Homem (Golondrinas, 1991 )
Um rosto movendo-se ao vento
olhar satânico
cabeleira revolta
tosca boca romã
o amor nos lábios
de um blasfemador
II
Uiva o vidraceiro
cai a pedra na vidraça
não há névoa
o orvalho é minguante
a lua gestante
passeia com lobos no ventre.
Anísio Homem (Golondrinas, 1991 )
Homem Moderno
Nada resta
apenas automatismos
de associações casuais
de pensamentos e imagens
caos, fragmentos, ruínas
Passado, presente, futuro
Céu Terra,inferno
Perdido no centro de si mesmo
não toco no corpo humano
toca um eco de desejo
que não leva
a parte alguma
Naufragado numa sombra de prazer
vive à flor da pele
Explosões violentas de emoções
mascaram a carência de sentimentos
num círculo mentiroso
de que: fomos, eremos
somos assim,
espaço
Deisi Perin
apenas automatismos
de associações casuais
de pensamentos e imagens
caos, fragmentos, ruínas
Passado, presente, futuro
Céu Terra,inferno
Perdido no centro de si mesmo
não toco no corpo humano
toca um eco de desejo
que não leva
a parte alguma
Naufragado numa sombra de prazer
vive à flor da pele
Explosões violentas de emoções
mascaram a carência de sentimentos
num círculo mentiroso
de que: fomos, eremos
somos assim,
espaço
Deisi Perin
terça-feira, 15 de julho de 2008
Minha veia poética se confunde com a veia filosófica,
ou talvez seja simplesmente minha veia de loucura sã.
Não ensaística,
nem controversa,
mas um bocado confusa.
Não sou herege,
nem coloquei minha alma a venda,
mas brinco de bambolê com minha auréola.
Não sou míope,
mas não vejo direito as pessoas em seu estado físico,
vou direto na alma.
Não sou agnóstica,
nem mística,
mas acredito em meus sonhos.
Acredito em vida após a morte,
e que alguns já morreram em vida.
Andam mas não sentem.
Lanço mão de mim pelos amigos,
pois nada mais sou do que pedaços de outros em meu coração.
Vivo intensamente
e coloco toda minha força e essência em cada ato, pensamento, palavra, poema e traço de desenho.
Sou feita de carne, ossos e lágrimas.
Sou feita do azul, do laranja e do verde.
Sou feita de vida no segredo do tempo.
Sou feita de sons, cores e medos.
Sou poeta.
Eu amo, vivo e escrevo. Deisi Perin
ou talvez seja simplesmente minha veia de loucura sã.
Não ensaística,
nem controversa,
mas um bocado confusa.
Não sou herege,
nem coloquei minha alma a venda,
mas brinco de bambolê com minha auréola.
Não sou míope,
mas não vejo direito as pessoas em seu estado físico,
vou direto na alma.
Não sou agnóstica,
nem mística,
mas acredito em meus sonhos.
Acredito em vida após a morte,
e que alguns já morreram em vida.
Andam mas não sentem.
Lanço mão de mim pelos amigos,
pois nada mais sou do que pedaços de outros em meu coração.
Vivo intensamente
e coloco toda minha força e essência em cada ato, pensamento, palavra, poema e traço de desenho.
Sou feita de carne, ossos e lágrimas.
Sou feita do azul, do laranja e do verde.
Sou feita de vida no segredo do tempo.
Sou feita de sons, cores e medos.
Sou poeta.
Eu amo, vivo e escrevo. Deisi Perin
Inusitado
INUSITADO
O novo chega de repente.
De maneira inusitada.
Quebrando a vidraça da janela,
Subindo pelas paredes...
Ignorando as escadas.
O novo chega com o corpo ausente.
Mas, a alma estilhaçada.
E, refaz-se juntando os pedaços
De outras almas que encontra na estrada.
Corpo e alma, vidas novas...
Novos rumos, rastros indecisos.
Não sabe aonde ir,
Mas é preciso.
Angela Gomes
O novo chega de repente.
De maneira inusitada.
Quebrando a vidraça da janela,
Subindo pelas paredes...
Ignorando as escadas.
O novo chega com o corpo ausente.
Mas, a alma estilhaçada.
E, refaz-se juntando os pedaços
De outras almas que encontra na estrada.
Corpo e alma, vidas novas...
Novos rumos, rastros indecisos.
Não sabe aonde ir,
Mas é preciso.
Angela Gomes
Eclipse
Toquei o mar com nuvens...
Respirei Krakens e Tritões...
Colhi algas-marinhas,
Contei estrelas-do-mar,
Queimei-me em água-viva...
Formei crosta com corais.
Dilui-me...
Dilui-me em chuva púrpura.
Em branco algodão de globo ocular.
Entre os feixes soturnos do fim do dia
Mergulhei minha luz.
Angela Gomes
Respirei Krakens e Tritões...
Colhi algas-marinhas,
Contei estrelas-do-mar,
Queimei-me em água-viva...
Formei crosta com corais.
Dilui-me...
Dilui-me em chuva púrpura.
Em branco algodão de globo ocular.
Entre os feixes soturnos do fim do dia
Mergulhei minha luz.
Angela Gomes
Cortázar
Lande de dados mallarmaicos
o charme laico
o olhar hilográfico
moldou as panturrilhas da prosa
com vigor homérico.
Anisio Homem
(Golondrinas,1991)
o charme laico
o olhar hilográfico
moldou as panturrilhas da prosa
com vigor homérico.
Anisio Homem
(Golondrinas,1991)
Poética
Lendo EZRA
pensei em ti
pensei no pão
que POUND
pôs a mesa
e que comerei
nas seias de
todas as ceias
regadas a teu sexo
e a teus seios
e que assim seja.
Anísio Homem
(Golondrinas, 1991 )
pensei em ti
pensei no pão
que POUND
pôs a mesa
e que comerei
nas seias de
todas as ceias
regadas a teu sexo
e a teus seios
e que assim seja.
Anísio Homem
(Golondrinas, 1991 )
Era como se fosse
Era como se fosse
E era rimas tentáculares
Ventosas Bueiros borbulham esgotos
urbe ruge orações a deuses mecânicos
Em tempos cravados que Arranham-Céus
E cegam sol com luzes de alerta
Envolta em manto veludo cáustico
E entulho acústico
alastra-se em espaço
Engolindo horizontes
Avançando em vermelhos
Motores fibras e veias óticas.
Carlos Sousa
E era rimas tentáculares
Ventosas Bueiros borbulham esgotos
urbe ruge orações a deuses mecânicos
Em tempos cravados que Arranham-Céus
E cegam sol com luzes de alerta
Envolta em manto veludo cáustico
E entulho acústico
alastra-se em espaço
Engolindo horizontes
Avançando em vermelhos
Motores fibras e veias óticas.
Carlos Sousa
Doença crônica
Exame nenhum detecta, mas os doutores acusam : Escrever já não é profissão das melhores. Não há equalização no social. Alguns professores até arriscam falar abertamente que escritor bom é aquele que está morto.Poeta nem se fala:lunático,sorumbático; passam os dias e as noites poetando. Romance é razoável.Conto...vá lá. Mas crônica, isso já é doença.
deisi Perin
deisi Perin
Poeta maquiado
Poeta maquiado
travestido de outro
nome
transpassado de dúvidas
e curiosidades
Descobre-se
que nunca foi
o que pretendia
ser
É o que está
internamente
esculpido na mente
De alma limpa
aceita o papel. Deisi Perin
travestido de outro
nome
transpassado de dúvidas
e curiosidades
Descobre-se
que nunca foi
o que pretendia
ser
É o que está
internamente
esculpido na mente
De alma limpa
aceita o papel. Deisi Perin
Receita para um poema
Tenha um bom repertório.
Conjugue alguns verbos.
Se não uma rima,
Ao menos uma boa proparoxítona.
Releia tudo. Desfigure-se.
Fale um pouco da avó falecida.
Use a palavra hermenêutica.
Passe a mão esquerda na testa.
Levante-se da cadeira.
Revolte-se contra as injustiças.
Sente-se novamente. Canetas várias.
Papéis espalhados.
Recite Drummond. Joões. Josés.
Volte à farra. Lembre-se do boi.
Esqueça da lâmina.
Lamba a mesa.
Não tente traduzir Shakespeare.
Espirre o pó da biblioteca.
Só vista o que possa despir
Se passear, bicicleta.
Roube algumas rimas da estante
E consulte sempre o dicionário.
Durante o dia, militante,
À noite, solte o poema do armário.
Luciano Lacerda
Conjugue alguns verbos.
Se não uma rima,
Ao menos uma boa proparoxítona.
Releia tudo. Desfigure-se.
Fale um pouco da avó falecida.
Use a palavra hermenêutica.
Passe a mão esquerda na testa.
Levante-se da cadeira.
Revolte-se contra as injustiças.
Sente-se novamente. Canetas várias.
Papéis espalhados.
Recite Drummond. Joões. Josés.
Volte à farra. Lembre-se do boi.
Esqueça da lâmina.
Lamba a mesa.
Não tente traduzir Shakespeare.
Espirre o pó da biblioteca.
Só vista o que possa despir
Se passear, bicicleta.
Roube algumas rimas da estante
E consulte sempre o dicionário.
Durante o dia, militante,
À noite, solte o poema do armário.
Luciano Lacerda
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Pequeno Poema
Trovejam em coro as idéias
infusão vermelha
que conspira
e cresce
desabrocha ramo
fino e flexível
conciso mimo
a atar as sílabas
Pó e cias
Andréa Motta
conheça o bordando essências!!
http://andreamotta.blogspot.com
infusão vermelha
que conspira
e cresce
desabrocha ramo
fino e flexível
conciso mimo
a atar as sílabas
Pó e cias
Andréa Motta
conheça o bordando essências!!
http://andreamotta.blogspot.com
terça-feira, 8 de julho de 2008
Poetas
Cismam os poetas
que flores têm sabor
que saudade têm cheiro
que grita o silêncio
ah! nada acompanha
o pensar de um poeta
que beija a boca da noite
salta da ponte do sonho
e até ao relento
com os sentidos atentos
rende-se a voz
do coração
que galopa
ao encontro do verso
Cláudia Gonçalves
que flores têm sabor
que saudade têm cheiro
que grita o silêncio
ah! nada acompanha
o pensar de um poeta
que beija a boca da noite
salta da ponte do sonho
e até ao relento
com os sentidos atentos
rende-se a voz
do coração
que galopa
ao encontro do verso
Cláudia Gonçalves
Insanidade Selvagem
Sereno sibilar do vento na madrugada.
Sob mudas estrelas, testemunhas
indolentes, acima dos movimentos
de falanges da noite inconsequente...
Onde enquanto mariposas cruéis
invadiam as paredes herdadas
por lendas degredadas,
eu via o tropel de nuvens selvagens
avançando em suas raivas e ansiedades,
espreitadas pelas ventanias da amargura
que soluçam ao deitar-se do luar...
Que sopro do orvalho poderia
fazer o cansaço da agonia aliviar
o peso de seu flagelo ?
Onde as agressões eram tão fortes
que sequer se sabia ao certo mais
o que era insuflar os pulmões...
ficar despido ao relento da madrugada
auxiliaria a bonança dos oceanos de respiração ?
Oh, almas nascidas para o sofrimento...
almas que são levadas nuas
a uivarem loucamente para a lua,
quando atrás de nuvens opacas
ela parece estar mirando colmos
e luminosos oceanos de despedida...
Leandro Vicelli
Sob mudas estrelas, testemunhas
indolentes, acima dos movimentos
de falanges da noite inconsequente...
Onde enquanto mariposas cruéis
invadiam as paredes herdadas
por lendas degredadas,
eu via o tropel de nuvens selvagens
avançando em suas raivas e ansiedades,
espreitadas pelas ventanias da amargura
que soluçam ao deitar-se do luar...
Que sopro do orvalho poderia
fazer o cansaço da agonia aliviar
o peso de seu flagelo ?
Onde as agressões eram tão fortes
que sequer se sabia ao certo mais
o que era insuflar os pulmões...
ficar despido ao relento da madrugada
auxiliaria a bonança dos oceanos de respiração ?
Oh, almas nascidas para o sofrimento...
almas que são levadas nuas
a uivarem loucamente para a lua,
quando atrás de nuvens opacas
ela parece estar mirando colmos
e luminosos oceanos de despedida...
Leandro Vicelli
Strip Tease
O texto, distinto e elegante, apresentado à democracia de gostos, percebeu-se riscado, asteriscado, quase ultrajado.
-Risca !
-Tira !
-Muda !
E ele ali indefeso , nas mãos do autor, no meio da discussão.
Foi muita pressão, estufaram-se as linhas e entrelinhas.
As palavras não queriam, mas já sem clareza eram arremessadas entre 'hurras" e "bis" pela turba enlouquecida.
Por fim, em cima da mesa, quase nu de adjetivos , todos o admiravam.
Deisi Perin
-Risca !
-Tira !
-Muda !
E ele ali indefeso , nas mãos do autor, no meio da discussão.
Foi muita pressão, estufaram-se as linhas e entrelinhas.
As palavras não queriam, mas já sem clareza eram arremessadas entre 'hurras" e "bis" pela turba enlouquecida.
Por fim, em cima da mesa, quase nu de adjetivos , todos o admiravam.
Deisi Perin
espaços aéreos
Espaços aéreos
imaginários
tão palpável no topo do mundo
tenho respostas que não cabem nas perguntas
driblo as dúvidas
com certezas eternas
devaneios incertos
lacrados em face firme.
Deise Perín
imaginários
tão palpável no topo do mundo
tenho respostas que não cabem nas perguntas
driblo as dúvidas
com certezas eternas
devaneios incertos
lacrados em face firme.
Deise Perín
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Água do Mar
“quando te cansares de tudo, olha tua mão
e te diz: estou cansado de tudo”
Ferreira Gullar
Eu tenho andado oculto
Lendo poesias
Lembrando de histórias
Traçando planos
Pensando na morte
Fugindo de hospícios
Chamando atenção
Correndo perigo
Perdendo a noção
Eu tenho pensado no destino retardado
No mundo sem dono
No homem vaidoso
Na mulher que dorme ao meu lado
E na baba que escorre da boca
De toda pessoa tranqüila
Eu tenho batido no peito
Achando razões
Brincando no pátio
Bebendo muita água do mar
Mas num relâmpago acendo o cigarro e sigo
Otávio Luiz Kajevski Junior
e te diz: estou cansado de tudo”
Ferreira Gullar
Eu tenho andado oculto
Lendo poesias
Lembrando de histórias
Traçando planos
Pensando na morte
Fugindo de hospícios
Chamando atenção
Correndo perigo
Perdendo a noção
Eu tenho pensado no destino retardado
No mundo sem dono
No homem vaidoso
Na mulher que dorme ao meu lado
E na baba que escorre da boca
De toda pessoa tranqüila
Eu tenho batido no peito
Achando razões
Brincando no pátio
Bebendo muita água do mar
Mas num relâmpago acendo o cigarro e sigo
Otávio Luiz Kajevski Junior
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Mãos de meninos
em esquinas e becos
tem mãos de meninos
que roubam
que matam
que morrem
na pele, no osso
o medo, o terror
e na noite vazia
tem nas mãos de meninos
pedra, punhal
ou serão
gotas de sonhos
que não germinaram
com os sentidos bloqueados
entre lama e fantasmas
o que tem no abandono
é o belo em carrancas
que traduz o escuro
o avesso da vida
corroendo a alma
com total dissabor
e nas mãos de meninos:
pedaços de nada
a bandeira da dor
Cláudia Gonçalves
http://cacauentrelinhas.blogspot.com/
tem mãos de meninos
que roubam
que matam
que morrem
na pele, no osso
o medo, o terror
e na noite vazia
tem nas mãos de meninos
pedra, punhal
ou serão
gotas de sonhos
que não germinaram
com os sentidos bloqueados
entre lama e fantasmas
o que tem no abandono
é o belo em carrancas
que traduz o escuro
o avesso da vida
corroendo a alma
com total dissabor
e nas mãos de meninos:
pedaços de nada
a bandeira da dor
Cláudia Gonçalves
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