Sereno sibilar do vento na madrugada.
Sob mudas estrelas, testemunhas
indolentes, acima dos movimentos
de falanges da noite inconsequente...
Onde enquanto mariposas cruéis
invadiam as paredes herdadas
por lendas degredadas,
eu via o tropel de nuvens selvagens
avançando em suas raivas e ansiedades,
espreitadas pelas ventanias da amargura
que soluçam ao deitar-se do luar...
Que sopro do orvalho poderia
fazer o cansaço da agonia aliviar
o peso de seu flagelo ?
Onde as agressões eram tão fortes
que sequer se sabia ao certo mais
o que era insuflar os pulmões...
ficar despido ao relento da madrugada
auxiliaria a bonança dos oceanos de respiração ?
Oh, almas nascidas para o sofrimento...
almas que são levadas nuas
a uivarem loucamente para a lua,
quando atrás de nuvens opacas
ela parece estar mirando colmos
e luminosos oceanos de despedida...
Leandro Vicelli
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