domingo, 26 de setembro de 2010

Ser criança é recordar

Não pude deixar de reparar

na conversa que alegrou minha alma

que instigou o sentimento adormecido.

Que pôs a prova o querer de recordar.

Não pude deixar de lembrar,

daquela velha ingazeira, que de maneira faceira,

eu escalava toda tarde, sem me importar.

Daquela bola de gude, dos buracos no chão... do pião.

Da manga verde com sal, de meu irmão.

Meu avô também era sábio.

Era poeta de improviso,

e tinha no rosto um sorriso,

Que eu não sabia dizer,

Se era pela donzela que comprava um pão

Ou pelo dinheiro que ele não abria mão.

Tempo bom era aquele,

De soltar pipa descalço e sem embaraço, qualquer um abraçar.

Se soltar na praça aos gritos.

Voar sem asas, sonhar sem medo, viver sem saber o que esperar... nada talvez.

Eita tempo de pipoca.

De se lambuzar no caju,

e poder encontrar ainda tempo pra estudar.

Esta sim é a arte de amar.

De ser criança e apenas brincar.

Sem querer crescer, sem pensar em contas pagar,

Apenas rir.. chorar, rir de novo, gargalhar.

Brincar e se esconder.

Quem pode saber é quem tem ainda a criança no olhar.

Basta apenas tentar,

Tentar recomeçar a viver,

E perceber que de repente acontece

em você...

Vale a pena recomeçar.

Ser criança é recordar.





Clayton de Jesus Sacramento Gomes. Paraense radicado em Curitiba.

Casado, pai de 04 filhas.  Administração na UFPR.

gomesudv@yahoo.com.br

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