Cresce em meus ombros
a planura dos dias
idos:
um rito
que me veste em outra
casca.
Cresce a lava do crepúsculo.
Ò grito primordial
que adestra as palavras
para onde migro; ó
espasmo que desata
os ritmos!
Estou cingido ao sangue
e ao poente que
- furtivo -
me deserda.
E o poema hospeda-se
em meu voo
de fênix
face às sílabas da recusa.
Já não é a sagração
do trigo,
nem o rumor
da memória inacabada;
é a corrosão da argila
que se despede sem partir.
Estou brotando das cicatrizes,
sob a derme das hiras
e do seu presságio.
Ninguém suborna o tempo.
Salgado Maranhão
Nenhum comentário:
Postar um comentário