sábado, 26 de setembro de 2009

Abro a Porta

ABRO A PORTA
uma pedra retorcida
bate o tempo em segredo

a leveza não apaga a infância

janelas seminuas partem de mim
escrita no interior do rio

desce

na margem esquerda Oxum canta

tempo pintado na presença do avô
café poesia
círculos de silêncio
o vazio da retina
no tique-taque do menino

o poema em repouso não faz perguntas

– tem alguém batendo dentro do espelho –

chora a criança
caída no detalhes do medo

nenhuma voz me canta


José Geraldo Neres
outros silêncios, escrituras editora, 2009.

Um comentário:

josé geraldo neres disse...

agradeço a divulgação. abraços poéticos.

josé geraldo neres