sábado, 31 de dezembro de 2011

A Chuva

Ouviste a chuva me perguntas
com alegria infantil
respondo-te singelamente
não só a ouvi, também a vi.
Porque estava frio,
em meu corpo
não a senti.
Mas, na música da chuvarada
os córregos que estavam por um fio,
em plena madrugada,
tornaram-se caudalosos e silenciosos rios.
Não resta dúvida, em território lasso,
o profuso pranto
de tratos, traços e encantos,
explodiu em fulgor plural.
E aos poetas
se não trouxe a rima
nem a cadência
trouxe a divina inspiração

Andréa Motta
 – Escritoras Suicidas

Nenhum comentário: