nem todo ritmo é luz
nem toda onda nada
o etéreo nem sempre vaga
a pista nem sempre ata
o beijo nem sempre é língua
a transa nem sempre é gozo
fugaz não quer dizer nada
o corpo nem sempre é osso;
sonoro também é ausência
de nada que nada vale
presente não é passado
senhor das horas, do tempo
nem toda ferida sangra
nem todo ungüento sara
aurora quase boreal espalha
vento fumaça fuligem
no ser que tudo abraça
nem todo abraço afaga
traço meu traço vago
à lápis à vida
cansaço
no punho,
aço.
Lúcia Gönczy
Nenhum comentário:
Postar um comentário