terça-feira, 28 de julho de 2015

respiro a teu lado no elevador
enquanto tento disfarçar o fato
de que não passo de um minotauro
entre teu perfume e a gravidade
só parte do que sou é que respira
movente imóvel neste ar quadrado:
meu outro lado só espreita a presa
enquanto se prepara para o salto
que não virá: nós dois estamos presos
nesta armadilha vertical e burra
(não este elevador mas a cultura)
antifontana de qualquer desejo
a porta abre em teu andar agora

e para sempre eu nunca mais te vejo

Carlos Moreira

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