Dispensa essas velhas estampas
recortadas de uma revista:
Petrópolis, Paris. Os pampas,
Paulista.
Quero antes a simetria
dos teus quarteirões sem barroco.
Poucas curvas. Teu mais-seria,
teu pouco
sobrando nas pedras da XV,
no muito do céu de teus parques.
Não falta mar. Faltara fuligem
e charques?
A vida é um ajardinado
sobre os despojos de um rio:
perfeito, ó bela! Só cuidado
com o vazio
que os arquitetos cultivam
em tua possibilidade.
Atenta pro Olho no ar,
cidade.
Já no caminho de Morretes
brincavas de abismo também.
(Domada Iguaçu nos dormentes
do trem.)
A vida, o ajardinado,
eles pensam que o sonhamos.
Mais um café lá no Mercado;
já vamos
ser de novo o que te preliba
na viagem a planejar:
Curitiba! E Curitiba
ao voltar –
saudade menina que lembra
um velho exercício de crase:
venho e vou. Jamais se desmembra
teu quase.
Wladimir Saldanha
(Salvador, BA) é autor de quatro livros de poesia e
tradutor. Semifinalista do prêmio Oceanos 2016 por "Cacau inventado"
(Mondrongo, 2016). Colabora para o Jornal Opção e Mallarmargens. Blog do autor:
http://wladimirsaldanha.blogspot.com.br/.
Salvador, 22-12-2015
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