Sim: escreverei algo:
venha pra mim agora, cristianismo, e ouça o que este seu
observador pagão tem a dizer...
Sim, você mesmo: posso chamá-lo (ou chamar você -- já é
norma falada) de calendário?
Eu não tenho escolha, não é mesmo?
Você é (também) o calendário.
E portanto deveria significar alguma coisa, não?
Você deveria significar o perdão.
E fazem você significar a salvação pelo pagamento de um
dízimo. E fazem você significar tudo: menos o amor que é o perdão de tolerar as
piores ofensas, o estupro diário de um imaginário que poeta nenhum se arrogaria
a imaginar: isso é comido com farinha diariamente: e afinal, cristianismo: você
significa o perdão?
Minha falta de humildade é suficiente pra te perdoar. E até
te aceito: como se eu tivesse escolha: você é o calendário.
Mas ainda estou para conferir se esta ficha está caindo:
perdoar os inimigos, oferecer a outra face após a bofetada, amar o próximo da
mesma forma que se ama a si...
São mensagens que parece que só os pobres de espírito
compreendem realmente: e eu sou pagão, mas também sou pobre de espírito,
portanto me arrogo a compreender.
E assim, a reprovar essa (autoproclamada) civilização. Mas
como só posso fazer isso graças à existência de tal civilização (e da
correspondente tecnologia que faz com que você esteja lendo isso agora), então
empatamos.
Melhor sorte da próxima vez, cristianismo... Nota 4,75 para
sua civilização.
IJS
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