domingo, 14 de maio de 2017

Neste perder de mim

Neste perder de mim,
O mar e o céu.
Um pardo límpido azul nanquim
E esta gaivota de papel presa em minha boca
Num silêncio de me saber quase sã e quase louca.
É dia sobre o Arpoador
A gente densa já passou carregando a vida pouca
e toda a possível intolerável noturna dor
Mas ninguém viveu deste silêncio o dissabor
Nem prendeu gaivotas à língua como se fisgasse flor
Ninguém, meu amor, vacilou entre o abismo e o céu
E nem viu as corredeiras que deslizam sobre o escarpado do depois!

Lázara Papandrea


Nenhum comentário: