Minha asa está ferida
pelo sopro da noite,
pela respiração dos chacais.
Não quero rugir
com os insanos, mas
cingiram-me às suas cosmogonias.
Milênios sangram em mim
os mortos que assassinaram
anteontem;
e os atavios da fé
em meu coração de pólvora.
Insulado de enigmas,
ergo na sombra um amanhã
de estilhaços.
Voa, poesia,
antes que um tiro te alcance.
Salgado Maranhão
(ópera de nãos)
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