NALDOVELHO
Louva-deus sentado na janela,
observa contrito o dia que passa.
Dentro do quarto, em cima da mesa:
pétalas, pensamentos, palavras, poemas.
Lá fora entardece, e um vento inquieto avisa:
logo-logo anoitece!
Pela janela: sol sonolento abençoa louva-deus.
Em cima da mesa: versos confessos, segredos, solidão.
Num canto do quarto, pendurada: renda portuguesa
diz que adora o poeta, que lhe tem devoção.
Agora é noite, luz da lua ilumina louva-deus.
Aqui dentro: poema inacabado,
onde palavras são pétalas, esboço de oração.
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