Rascunho no pequeno caderno do aluno
Para montar um poema
(na falta
das amantes e dos amigos),
Giuliano:
esfaqueia
esfaqueia
o coração.
Depois,
embrulhe-o num trapo
e repita o gesto
em praça pública.[Giuliano Gimenez]
quinta-feira, 26 de junho de 2008
sábado, 21 de junho de 2008
Vênus
Tão distante
que o desejo
virou clausura da
fantasia
e alimentou
(boca faminta)
a lira angustiada
do meu corpo
libidinal.
Giuliano Gimenez
que o desejo
virou clausura da
fantasia
e alimentou
(boca faminta)
a lira angustiada
do meu corpo
libidinal.
Giuliano Gimenez
quinta-feira, 19 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Umbral
A vida se imprime límbica
Guarda como escrínio o tormento
Do palustre sangue a placenta
Córrego vivo do seu fermento
O que é implícito no turgor
Aspira uma pungente alma
Que se transfunde no ardor
lancinante passo que a traz
Eis o ser! Viva o teu efêmero
Enigmático retalho deste caos
Refém d'aragem que lhe pauta.
Verás no recorte de tua sombra
O prisma exciso do incerto;
Remida luz! Que em ti vislumbras.
Tullio Stefano
Guarda como escrínio o tormento
Do palustre sangue a placenta
Córrego vivo do seu fermento
O que é implícito no turgor
Aspira uma pungente alma
Que se transfunde no ardor
lancinante passo que a traz
Eis o ser! Viva o teu efêmero
Enigmático retalho deste caos
Refém d'aragem que lhe pauta.
Verás no recorte de tua sombra
O prisma exciso do incerto;
Remida luz! Que em ti vislumbras.
Tullio Stefano
Não perdi nem pude competir
Não caí, nem pude estar de pé.
Admirável Mundo Negro:
Me dá carona quem vem de lá,
Pois nem direito de descansar
Meu Pai paece querer me dar.
Por favor, imploro, acaba logo com meu anseio!
Não Tenho mais nem esse direito ?
Mas se não queres, Pai, cumprir meu desejo
Ao menos dá-me coragem para fazê-lo;
Deixa-me sujar as mãos com meu próprio sangue venoso;
Mas deixa-me sangrar sózinho
Para ninguém correr o risco
de se contaminar.
E então, após o dito estar feito
Encosta Tua cabeça em Teu leito
Sem sentir o menor peso;
Mas antes, guarda a louça do jantar,
Bata a toalha e apaga a luz da varanda.
Interrompa por um instante seu eterno sono e seu inconsciente gracejo
E diz adeus para seu leigo,
Que nasceu, sofreu e não viveu;
Amou intensamente sem ninguèm entender.
Adriano Esturilho
"O Ser Social.2000 "
Não caí, nem pude estar de pé.
Admirável Mundo Negro:
Me dá carona quem vem de lá,
Pois nem direito de descansar
Meu Pai paece querer me dar.
Por favor, imploro, acaba logo com meu anseio!
Não Tenho mais nem esse direito ?
Mas se não queres, Pai, cumprir meu desejo
Ao menos dá-me coragem para fazê-lo;
Deixa-me sujar as mãos com meu próprio sangue venoso;
Mas deixa-me sangrar sózinho
Para ninguém correr o risco
de se contaminar.
E então, após o dito estar feito
Encosta Tua cabeça em Teu leito
Sem sentir o menor peso;
Mas antes, guarda a louça do jantar,
Bata a toalha e apaga a luz da varanda.
Interrompa por um instante seu eterno sono e seu inconsciente gracejo
E diz adeus para seu leigo,
Que nasceu, sofreu e não viveu;
Amou intensamente sem ninguèm entender.
Adriano Esturilho
"O Ser Social.2000 "
Diálogo com:
FRGMNTS D1 DSCRS AMRS(y)
de Assionara Souza
Nada se define
tudo se definha
Saudade... saudade...
ah, a saudade!
delá
delê
de você
de mim
tempo define
sensações definham
cores definem
amor definha
palavras definem
desejos definham
ritmo define
fluidez definha
letras definem
corações definham
a terceira pessoa define
o sexo definha
Silêncio... silêncio...
ah, o silêncio!
Deisi Perin
FRGMNTS D1 DSCRS AMRS(y)
de Assionara Souza
Nada se define
tudo se definha
Saudade... saudade...
ah, a saudade!
delá
delê
de você
de mim
tempo define
sensações definham
cores definem
amor definha
palavras definem
desejos definham
ritmo define
fluidez definha
letras definem
corações definham
a terceira pessoa define
o sexo definha
Silêncio... silêncio...
ah, o silêncio!
Deisi Perin
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Desdêmona
Olhou-me como nuvem,
a sugar os vapores
da minha alma.
Por que ele é meu deus,
guardei-o em um lago
onde Iago
jamais chegará.
Bárbara Lia (A última chuva, p12 )
a sugar os vapores
da minha alma.
Por que ele é meu deus,
guardei-o em um lago
onde Iago
jamais chegará.
Bárbara Lia (A última chuva, p12 )
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Naquela Casa da Esquina
Naquela casa da esquina
ao cair das tardes, reunem-se os intelectuais,
as prostitutas e os desocupados do meu bairro.
Chegam aos grupos ou desacompanhados.
Aos poucos ao solo solitário d'um violão
mistura-se um bulício de vozes.
juntam-se à poesia e à vadia.
O que era Happy Hour invade a madrugada.
Até que os olhos fiquem embaçados,
as vozes embargadas
e o violão se cale.
Mas nunca há silêncio
naquelacasa da esquina,
ali moram os pássaros do meu bairro.
Mal o dia amanhece
mansamente iniciam nova cantoria.
A alegia reside
naquela casa da esquina.
Andrea Motta
ao cair das tardes, reunem-se os intelectuais,
as prostitutas e os desocupados do meu bairro.
Chegam aos grupos ou desacompanhados.
Aos poucos ao solo solitário d'um violão
mistura-se um bulício de vozes.
juntam-se à poesia e à vadia.
O que era Happy Hour invade a madrugada.
Até que os olhos fiquem embaçados,
as vozes embargadas
e o violão se cale.
Mas nunca há silêncio
naquelacasa da esquina,
ali moram os pássaros do meu bairro.
Mal o dia amanhece
mansamente iniciam nova cantoria.
A alegia reside
naquela casa da esquina.
Andrea Motta
segunda-feira, 9 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Notívaga
À noite sinto fome
Um impulso visceral de viver
consome a letargia
que me domina durante o dia.
Passa o torpor que me torna capaz
de ouvir o rumor de vida ao
meu redor sem viver
E quero lutar com a morte
que habita em mim.
Meus músculos se manifestam
inchados de energia, tesos de desejo.
A dor física diminui , substituída
por um breve ensaio de prazer
a aquecer meu sangue.
Quero vida. Tenho apetite.
Meu paladar enfarado desabrocha.
O dia traz um fardo de obrigações.
Com o sol, renasce o instinto,
sobre o qual o mundo ferve
em espasmos de desejo insatisfeito
Mas a noite o burburinho cessa
e a angústia dorme nos exauridos
Então, viver tem sabor de escolha
e frescor de novidade.
É quando desperto ávida
pela vida escassa
Iriene Borges
Um impulso visceral de viver
consome a letargia
que me domina durante o dia.
Passa o torpor que me torna capaz
de ouvir o rumor de vida ao
meu redor sem viver
E quero lutar com a morte
que habita em mim.
Meus músculos se manifestam
inchados de energia, tesos de desejo.
A dor física diminui , substituída
por um breve ensaio de prazer
a aquecer meu sangue.
Quero vida. Tenho apetite.
Meu paladar enfarado desabrocha.
O dia traz um fardo de obrigações.
Com o sol, renasce o instinto,
sobre o qual o mundo ferve
em espasmos de desejo insatisfeito
Mas a noite o burburinho cessa
e a angústia dorme nos exauridos
Então, viver tem sabor de escolha
e frescor de novidade.
É quando desperto ávida
pela vida escassa
Iriene Borges
Quero dizer coisas mórbidas!
Meu corpo esta no chão
Eu o trouxe abatido
Arrastando no asfalto
Exposto aos olhos curiosos
E impassíveis dos passantes
E eu também passava
Em vagarosa indiferença,
Consciente da conveniência
Que lhes traria o esquecimento.
Quando cheguei em casa
Me pareceu não ter utilidade
Então em meus experimentos
Deixei para ser pisado
Como de costume,
No chão, para ser surrado
Pelos meus passos asperos
Iriene Borges
Meu corpo esta no chão
Eu o trouxe abatido
Arrastando no asfalto
Exposto aos olhos curiosos
E impassíveis dos passantes
E eu também passava
Em vagarosa indiferença,
Consciente da conveniência
Que lhes traria o esquecimento.
Quando cheguei em casa
Me pareceu não ter utilidade
Então em meus experimentos
Deixei para ser pisado
Como de costume,
No chão, para ser surrado
Pelos meus passos asperos
Iriene Borges
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Terra do Sempre
Se digo-te tantas e
Tantas vezes :
-Veja !eu te vejo !
E respondes que não compreendes ,
ato simétrico ao rito
em que te negas a minha frente.
Eu ;
com minh'alma rente a tua
e ao mundo todo
a nos consumir no entorno
de Ser/Estar aqui ,
ênclise do elixir
em caravana certa
segue desperto,
o sol erétil
no tule tenro
do céu.
Ricardo Alejandro Pozzo
Tantas vezes :
-Veja !eu te vejo !
E respondes que não compreendes ,
ato simétrico ao rito
em que te negas a minha frente.
Eu ;
com minh'alma rente a tua
e ao mundo todo
a nos consumir no entorno
de Ser/Estar aqui ,
ênclise do elixir
em caravana certa
segue desperto,
o sol erétil
no tule tenro
do céu.
Ricardo Alejandro Pozzo
terça-feira, 3 de junho de 2008
A Outra
Pior do que não ser amado, é ver o seu amor correr na direção de outra. A outra é um assombro pra quem assiste imóvel, aqueles braços que eram só seus se aconchegar nos braços dela.
O que ela tem de diferente, de melhor ou pior? O que faz ele correr numa direção contraria a sua; e ir exatamente na direção dos beijos dela?
Toda mulher que assiste o cara que ela ama se deixar levar por outra, perdenem que por alguns segundos, a racionalidade, os sentidos, o senso de direção e muitas, do ridículo.
Não é fácil engolir ser trocada (mesmo que algumas vezes), muito menos ver o passado dos dois pendurado na janela arriscando-se por um presente com alguém que não tem uma história com ele como a que você teve algum dia (e sonhou seria eterna).
Várias coisas incomodam, chocam e remoem os pensamentos. Vontade de jogar aoutra de uma ladeira qualquer e faça ele voltar correndo exclusivamente pros seus braços. Vontade de dizer meia dúzia de verdades (algumas dizem) pra aquela que esta fazendo ele "perder o juízo"; vontade de atingir qualquer coisa ou qualquer pessoa relacionada a quem esta "roubando" o que você supôs ser tão e somente seu.
Eu me solidarizo com as mulheres que estão ou pensam que estão perdendo seuamor pra outra, porque sei o quanto de profundo existe nessa dor: imaginar o que a outra e ele fazem quando estão juntos, imaginar o corpo dele tão necessário pra você tocando o corpo da outra, imaginar que eles estão construindo laços juntos, rindo juntos (quem sabe até de você), imaginar o quanto da sua presença pode ou não existir entre eles. Sangra essa dor de vigiar o tempo passar. Um tempo que foi só seu e hoje esta mudando o amor da sua vida de lugar, sem que você por mais que chore, possa fazer alguma coisa.
Não existe um culpado apenas, nos triângulos amorosos. Todos são culpados. Porque nenhuma relação começa e termina unilateral, mesmo que abandonar o barco tenha sido decisão dessa ou daquela pessoa.
A outra, pode ser um problema maior ou menor do que você imagina. E no final, tudo depende de como você escolhe conduzir o seu amor por ele.
Existem dois caminhos: chorar a existência da outra semeando o mal ou chorar a existência da outra semeando o bem. Se escolher a segunda opção, pode até ser que você não fique com ele, mas colhera os bons frutos que a vida só disponibiliza pra quem até no amor, joga limpo...
Fabiana Borges
(postado originariamente no extinto site 'opinião e Informação )
O que ela tem de diferente, de melhor ou pior? O que faz ele correr numa direção contraria a sua; e ir exatamente na direção dos beijos dela?
Toda mulher que assiste o cara que ela ama se deixar levar por outra, perdenem que por alguns segundos, a racionalidade, os sentidos, o senso de direção e muitas, do ridículo.
Não é fácil engolir ser trocada (mesmo que algumas vezes), muito menos ver o passado dos dois pendurado na janela arriscando-se por um presente com alguém que não tem uma história com ele como a que você teve algum dia (e sonhou seria eterna).
Várias coisas incomodam, chocam e remoem os pensamentos. Vontade de jogar aoutra de uma ladeira qualquer e faça ele voltar correndo exclusivamente pros seus braços. Vontade de dizer meia dúzia de verdades (algumas dizem) pra aquela que esta fazendo ele "perder o juízo"; vontade de atingir qualquer coisa ou qualquer pessoa relacionada a quem esta "roubando" o que você supôs ser tão e somente seu.
Eu me solidarizo com as mulheres que estão ou pensam que estão perdendo seuamor pra outra, porque sei o quanto de profundo existe nessa dor: imaginar o que a outra e ele fazem quando estão juntos, imaginar o corpo dele tão necessário pra você tocando o corpo da outra, imaginar que eles estão construindo laços juntos, rindo juntos (quem sabe até de você), imaginar o quanto da sua presença pode ou não existir entre eles. Sangra essa dor de vigiar o tempo passar. Um tempo que foi só seu e hoje esta mudando o amor da sua vida de lugar, sem que você por mais que chore, possa fazer alguma coisa.
Não existe um culpado apenas, nos triângulos amorosos. Todos são culpados. Porque nenhuma relação começa e termina unilateral, mesmo que abandonar o barco tenha sido decisão dessa ou daquela pessoa.
A outra, pode ser um problema maior ou menor do que você imagina. E no final, tudo depende de como você escolhe conduzir o seu amor por ele.
Existem dois caminhos: chorar a existência da outra semeando o mal ou chorar a existência da outra semeando o bem. Se escolher a segunda opção, pode até ser que você não fique com ele, mas colhera os bons frutos que a vida só disponibiliza pra quem até no amor, joga limpo...
Fabiana Borges
(postado originariamente no extinto site 'opinião e Informação )
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Amor
Em torno de você os sentimentos se aglomeram
Parece que tomei esta alma emprestada
E ela saudosa busca em frenesi, alvoroçada
Retornar a você e meus temores não cooperam
E sigo ouvindo pranto, revolta, clamores
E todo curto silêncio é prelúdio
De mais um desconcertante assédio
De sua presença em meus sentidos e valores
Iriene Borges
Parece que tomei esta alma emprestada
E ela saudosa busca em frenesi, alvoroçada
Retornar a você e meus temores não cooperam
E sigo ouvindo pranto, revolta, clamores
E todo curto silêncio é prelúdio
De mais um desconcertante assédio
De sua presença em meus sentidos e valores
Iriene Borges
Se eu pusesse em uma única palavra
A dor que em minha alma aflora
Esta de imediato deixaria de ser palavra
Pois perderia o sentido na mesma hora
Por isso as palavras fogem à boca
Escapam do meu raciocínio
Quando a dor no intimo me ataca
E se alastra num furor assassino
E eu corro, quase louca, atrás delas
Felina faminta cercando a caça,
Desfaleço de fome sem saciar-me nela
Por esse fracasso desconheço a ventura
E crio intimidade com a desgraça
Da dor que em mim perdura
Iriene Borges
A dor que em minha alma aflora
Esta de imediato deixaria de ser palavra
Pois perderia o sentido na mesma hora
Por isso as palavras fogem à boca
Escapam do meu raciocínio
Quando a dor no intimo me ataca
E se alastra num furor assassino
E eu corro, quase louca, atrás delas
Felina faminta cercando a caça,
Desfaleço de fome sem saciar-me nela
Por esse fracasso desconheço a ventura
E crio intimidade com a desgraça
Da dor que em mim perdura
Iriene Borges
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