Naquela casa da esquina
ao cair das tardes, reunem-se os intelectuais,
as prostitutas e os desocupados do meu bairro.
Chegam aos grupos ou desacompanhados.
Aos poucos ao solo solitário d'um violão
mistura-se um bulício de vozes.
juntam-se à poesia e à vadia.
O que era Happy Hour invade a madrugada.
Até que os olhos fiquem embaçados,
as vozes embargadas
e o violão se cale.
Mas nunca há silêncio
naquelacasa da esquina,
ali moram os pássaros do meu bairro.
Mal o dia amanhece
mansamente iniciam nova cantoria.
A alegia reside
naquela casa da esquina.
Andrea Motta
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