sexta-feira, 6 de junho de 2008

Notívaga

À noite sinto fome
Um impulso visceral de viver

consome a letargia
que me domina durante o dia.

Passa o torpor que me torna capaz
de ouvir o rumor de vida ao

meu redor sem viver
E quero lutar com a morte
que habita em mim.
Meus músculos se manifestam
inchados de energia, tesos de desejo.
A dor física diminui , substituída
por um breve ensaio de prazer
a aquecer meu sangue.


Quero vida. Tenho apetite.

Meu paladar enfarado desabrocha.

O dia traz um fardo de obrigações.

Com o sol, renasce o instinto,
sobre o qual o mundo ferve
em espasmos de desejo insatisfeito
Mas a noite o burburinho cessa
e a angústia dorme nos exauridos
Então, viver tem sabor de escolha
e frescor de novidade.

É quando desperto ávida

pela vida escassa

Iriene Borges

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