domingo, 28 de fevereiro de 2010
GRAVIDEZ DE RISCO
se de poesia eu engravido
não sou mágico
não duvido:
sou trágico!
é certo:
a poesia é um parto
ou estou perto
ou estou farto.
minha gravidez
é de risco
e rabisco
mais de uma vez.
a poesia em gestação
até que tenta
e nem sempre
aguenta.
às vezes nasce, cresce, corre
dura
às vezes morre
prematura.
nessa aventura imaginária
não quero mais parto natural
agora eu quero uma cesária
évora!
Carito
não sou mágico
não duvido:
sou trágico!
é certo:
a poesia é um parto
ou estou perto
ou estou farto.
minha gravidez
é de risco
e rabisco
mais de uma vez.
a poesia em gestação
até que tenta
e nem sempre
aguenta.
às vezes nasce, cresce, corre
dura
às vezes morre
prematura.
nessa aventura imaginária
não quero mais parto natural
agora eu quero uma cesária
évora!
Carito
" O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"
Sou do tempo em que ainda se faziam visitas.
Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a
família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família
grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os
donos da casa recebiam alegres a visita.
Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e
a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a
diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e
minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados
todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal
compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira,
flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa
também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras
que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo
benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e
dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte:
pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo
sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra
que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso,
no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida
respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida
transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a
esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada
muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura
e pela acolhida.
Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em
festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também
ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que
sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores:
televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de
ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros
com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que
escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério
urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que
assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a
lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da
manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento
de Letras, Artes e Cultura,da Universidade Federal de São João del-Rei.
Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a
família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família
grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os
donos da casa recebiam alegres a visita.
Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e
a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a
diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e
minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados
todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal
compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira,
flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa
também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras
que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo
benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e
dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte:
pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo
sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra
que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso,
no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida
respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida
transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a
esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada
muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura
e pela acolhida.
Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em
festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também
ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que
sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores:
televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de
ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros
com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que
escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério
urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que
assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a
lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da
manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento
de Letras, Artes e Cultura,da Universidade Federal de São João del-Rei.
Marcadores:
josé antônio oliveira de resende
Enseada
ao corpo que me navegas
sou rio, mar, enseada
à cumplicidade dos gestos
sou metáfora
aos beijos teus que me aquecem
sou escalada
ao teu olhar que me queima
sou fogueira
ao amor com que me enlouqueces
sou asas
Jade Dantas
sou rio, mar, enseada
à cumplicidade dos gestos
sou metáfora
aos beijos teus que me aquecem
sou escalada
ao teu olhar que me queima
sou fogueira
ao amor com que me enlouqueces
sou asas
Jade Dantas
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Natureza do Eterno
que flor é esta ?
finge que morre
e quando menos se espera
é flor indo, flor vindo, floresta em festa
que flor é esta
que sempre resta?
Alice Ruiz
Alma Gêmea
mas quando a vi reconheci
o tempo parado a esculpir
tua beleza que pede passagem.
Thadeu wojciechowski
Dez Mandamentos
Delire na criança
não bula na flor
pense estrelas
não rele no bicho
gire o sol
não zombe do bem
sofra uma lua
não duvide do amor
acredite nos amigos
e não saia da sua.
Roberto Prado
não bula na flor
pense estrelas
não rele no bicho
gire o sol
não zombe do bem
sofra uma lua
não duvide do amor
acredite nos amigos
e não saia da sua.
Roberto Prado
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
POESIA
Rodrigo Madeira se apresenta mais maduro em novo livro
Publicado em 24/02/2010
MARCIO RENATO DOS SANTOS
A poesia está no centro da vida de Rodrigo Madeira. Mas não como escudo ou cortina de fumaça. O poeta sabe que a arte pode aproximar o homem ainda mais da realidade. A poesia, no caso dele, é uma maneira de evidenciar o quanto o ser humano é precário, finito e tem limites.
Poemas viscerais: pássaro ruim
Se, como diz a voz das ruas, um amor se cura com outro, Madeira supera um livro com outro livro. Ele reuniu em pássaro ruim poemas que escreveu a partir de 2008, com a finalidade de superar tudo o que aglutinou em Sol Sem Pálpebras, de 2007.
Não que negue o que escreveu. É que ele precisa enunciar. O quê? Tudo. A sua luta corporal com o mundo, por exemplo.
Madeira tem 30 anos, nasceu em Foz do Iguaçu, mas está em Curitiba desde os12 anos. Sente-se e se considera curitibano. A capital paranaense está no imaginário dele: “Curitiba é uma cidade que pensa ser Curitiba”, escreveu no poema “Uma Ode”, texto inventivo presente em pássaro ruim, em que cita de Dalton Trevisan à Boca Maldita.
O poeta pagou pela edição do livro. Foi a opção, a única viável no momento, uma vez que Madeira não aguentaria deixar os inéditos na gaveta, ou no arquivo Meus Documentos no desktop de seu computador.
E, se supera uma obra com outra, já tem outro livro, mas nem cita o nome, muito menos o assunto de seu próximo projeto.
“Combinar códigos antipáticos”. É assim que Madeira entende o fazer poesia. Que, para ele, também é surpreender.
Colocar, por exemplo, em um tabuleiros palavras-souvenirs e fazer um inédito jogo linguístico. Para exemplificar, cita o início de seu poema “balada da cruz machado”: “uma rua à queima-roupa/ louca, brilhante, sem fôlego/ rua-vicia, rua-oxímoro.”
Madeira poderia dizer, se fosse um prosador, que a Rua Cruz Machado é um labirinto em linha reta. Ou que, lá, é o local para encontrar os “zumbis curitibanos”. Afinal, entre uma esquina e outra, todo o perigo pode surpreender um ser humano.
Mas, poeta que é, Madeira apresenta a sua leitura daquele trecho de inferno no coração da capital: “rua-vício, rua-oxímoro.”
O artista visceralmente envolvido com o inventar-língua acredita que o poeta tem de estar cara a cara com a vida. Ele, por meio de seu flerte com o real, reinventa o que vê e, depois de muito trabalho com as palavras, apresenta a sua versão lírica e feroz da realidade.
Madeira escreve para ser lido (e compreendido). E justo ele, que é poeta desde que era analfabeto, como costuma repetir. Antes de aprender a escrever, já queria comunicar o que sentia e apreendia.
Foi em meio a excertos de poemas, nas apostilas do Colégio Positivo, que começou a conhecer poesia. Depois, leu muito. Percorria páginas de obras poéticas até mesmo sem compreender, apenas para se contaminar, apaixonar e, posteriormente, sentir deleite com os textos dos grandes autores.
Fonte :Gazeta do Povo; Caderno G.Curitiba,24 de Fevereiro de 2010, quarta-feira.
Publicado em 24/02/2010
MARCIO RENATO DOS SANTOS
A poesia está no centro da vida de Rodrigo Madeira. Mas não como escudo ou cortina de fumaça. O poeta sabe que a arte pode aproximar o homem ainda mais da realidade. A poesia, no caso dele, é uma maneira de evidenciar o quanto o ser humano é precário, finito e tem limites.
Poemas viscerais: pássaro ruim
Se, como diz a voz das ruas, um amor se cura com outro, Madeira supera um livro com outro livro. Ele reuniu em pássaro ruim poemas que escreveu a partir de 2008, com a finalidade de superar tudo o que aglutinou em Sol Sem Pálpebras, de 2007.
Não que negue o que escreveu. É que ele precisa enunciar. O quê? Tudo. A sua luta corporal com o mundo, por exemplo.
Madeira tem 30 anos, nasceu em Foz do Iguaçu, mas está em Curitiba desde os12 anos. Sente-se e se considera curitibano. A capital paranaense está no imaginário dele: “Curitiba é uma cidade que pensa ser Curitiba”, escreveu no poema “Uma Ode”, texto inventivo presente em pássaro ruim, em que cita de Dalton Trevisan à Boca Maldita.
O poeta pagou pela edição do livro. Foi a opção, a única viável no momento, uma vez que Madeira não aguentaria deixar os inéditos na gaveta, ou no arquivo Meus Documentos no desktop de seu computador.
E, se supera uma obra com outra, já tem outro livro, mas nem cita o nome, muito menos o assunto de seu próximo projeto.
“Combinar códigos antipáticos”. É assim que Madeira entende o fazer poesia. Que, para ele, também é surpreender.
Colocar, por exemplo, em um tabuleiros palavras-souvenirs e fazer um inédito jogo linguístico. Para exemplificar, cita o início de seu poema “balada da cruz machado”: “uma rua à queima-roupa/ louca, brilhante, sem fôlego/ rua-vicia, rua-oxímoro.”
Madeira poderia dizer, se fosse um prosador, que a Rua Cruz Machado é um labirinto em linha reta. Ou que, lá, é o local para encontrar os “zumbis curitibanos”. Afinal, entre uma esquina e outra, todo o perigo pode surpreender um ser humano.
Mas, poeta que é, Madeira apresenta a sua leitura daquele trecho de inferno no coração da capital: “rua-vício, rua-oxímoro.”
O artista visceralmente envolvido com o inventar-língua acredita que o poeta tem de estar cara a cara com a vida. Ele, por meio de seu flerte com o real, reinventa o que vê e, depois de muito trabalho com as palavras, apresenta a sua versão lírica e feroz da realidade.
Madeira escreve para ser lido (e compreendido). E justo ele, que é poeta desde que era analfabeto, como costuma repetir. Antes de aprender a escrever, já queria comunicar o que sentia e apreendia.
Foi em meio a excertos de poemas, nas apostilas do Colégio Positivo, que começou a conhecer poesia. Depois, leu muito. Percorria páginas de obras poéticas até mesmo sem compreender, apenas para se contaminar, apaixonar e, posteriormente, sentir deleite com os textos dos grandes autores.
Fonte :Gazeta do Povo; Caderno G.Curitiba,24 de Fevereiro de 2010, quarta-feira.
Informes Aedos
PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA DE LITERATURA
ANO 1- Nº 5 - 15/DEZEMBRO/2009
NESTA EDIÇÃO: GLÓRIA KIRINUS
COM OS LEITORES, UMA PROSA QUE É UMA POESIA
É preciso que a força da poesia invada os corações aflitos. Ela é mesmo uma força, que está além do simples trançar das letras, das rimas, dos rumos e dos muros. Talvez seja apenas a mais delicada forma de se dizer. Aquilo que está nela é ela. PALAVRA FIANDEIRA é também poesia, e vela pelos que embelezam a alma. Nesta edição uma poetisa, uma escritora, uma autora de livros infantis. Ouçamos a sua palavra, vamos nos enredar em sua leveza. Quem sabe ela nos poderá dizer que o mundo pode ser como o menino e a menina querem. Com vocês, PALAVRA FIANDEIRA! Seguindo a sua audaciosa trilha da felicidade.
GLÓRIA KIRINUS
Como tecer Glória Kirinus? Como compreender a sua força poética, mansamente refugiada nas frestas dos afazeres cotidianos? Talvez seja de fato apenas uma observadora, ou esteja a extrair dos cantos e recantos das cidades por onde vagueia, a poesia, aquela que a si catalisa o que é puro e sincero. Ela batiza o mundo com as suas sílabas, escreve para crianças, e tateia ousadas reflexões.
Glória Kirinus é poeta, e tem consciência da sua imensa responsabilidade, por isso transita longe das flores banais.
Consegue estar no olhar da criança, e, dona do aprendizado do cerzir as cicatrizes, também encanta-se com a oralidade infantil, por isso segue com verso e conversa com os pequenos.
É teórica e é prática, e a sua prática reside no poetizar. É assim que responde ao mundo e é assim que demonstra o seu estar. Com a sua palavra fiandeira nos leva ao acalanto dos olhos e nos enriquece.
ENTREVISTA
GLÓRIA KIRINUS
PALAVRA FIANDEIRA
EDIÇÃO 15 DEZEMBRO
http://www.palavrafiandeira.blogspot.com/
REVISTA DE LITERATURA
ANO 1- Nº 5 - 15/DEZEMBRO/2009
NESTA EDIÇÃO: GLÓRIA KIRINUS
COM OS LEITORES, UMA PROSA QUE É UMA POESIA
É preciso que a força da poesia invada os corações aflitos. Ela é mesmo uma força, que está além do simples trançar das letras, das rimas, dos rumos e dos muros. Talvez seja apenas a mais delicada forma de se dizer. Aquilo que está nela é ela. PALAVRA FIANDEIRA é também poesia, e vela pelos que embelezam a alma. Nesta edição uma poetisa, uma escritora, uma autora de livros infantis. Ouçamos a sua palavra, vamos nos enredar em sua leveza. Quem sabe ela nos poderá dizer que o mundo pode ser como o menino e a menina querem. Com vocês, PALAVRA FIANDEIRA! Seguindo a sua audaciosa trilha da felicidade.
GLÓRIA KIRINUS
Como tecer Glória Kirinus? Como compreender a sua força poética, mansamente refugiada nas frestas dos afazeres cotidianos? Talvez seja de fato apenas uma observadora, ou esteja a extrair dos cantos e recantos das cidades por onde vagueia, a poesia, aquela que a si catalisa o que é puro e sincero. Ela batiza o mundo com as suas sílabas, escreve para crianças, e tateia ousadas reflexões.
Glória Kirinus é poeta, e tem consciência da sua imensa responsabilidade, por isso transita longe das flores banais.
Consegue estar no olhar da criança, e, dona do aprendizado do cerzir as cicatrizes, também encanta-se com a oralidade infantil, por isso segue com verso e conversa com os pequenos.
É teórica e é prática, e a sua prática reside no poetizar. É assim que responde ao mundo e é assim que demonstra o seu estar. Com a sua palavra fiandeira nos leva ao acalanto dos olhos e nos enriquece.
ENTREVISTA
GLÓRIA KIRINUS
PALAVRA FIANDEIRA
EDIÇÃO 15 DEZEMBRO
http://www.palavrafiandeira.blogspot.com/
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
O Poeta e a loucura Quântica
Há muito sofrimento neste mundo.
O poeta escala o fundo da alvorada
e dela vai a um despertar profundo
de outra vida que é sua dor calada.
O poeta vai aos campos de batalha
armado com o instinto de uma flor,
e na frente de luta o poeta espalha
seus cânticos de guerra com amor.
O poeta vai aos campos de centeio
e tira o joio enquanto colhe o trigo
que doa como pão partido ao meio
para a missa de paz com o inimigo.
Todo poeta é um louco concebível,
é um mago e sua quântica loucura
em que o eterno pode ser possível
na dimensão possível da ternura...
Afonso Estebanez
http://www.afonsoestebanez.blogspot.com/
O poeta escala o fundo da alvorada
e dela vai a um despertar profundo
de outra vida que é sua dor calada.
O poeta vai aos campos de batalha
armado com o instinto de uma flor,
e na frente de luta o poeta espalha
seus cânticos de guerra com amor.
O poeta vai aos campos de centeio
e tira o joio enquanto colhe o trigo
que doa como pão partido ao meio
para a missa de paz com o inimigo.
Todo poeta é um louco concebível,
é um mago e sua quântica loucura
em que o eterno pode ser possível
na dimensão possível da ternura...
Afonso Estebanez
http://www.afonsoestebanez.blogspot.com/
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Devaneio Vicioso
Mais alguns segundos
pra que eu possa terminar este cigarro
e aspirar
no trago
a sensação violenta
de ser invadida por ti.
Eu me completo do teu
tóxico jeito
de amar.
Um curto grau
de devaneio vicioso.
A ponta eu guardo
para posteriores abstinências.
Samantha Abreu
http://www.samanthaabreu.blogspot.com/
pra que eu possa terminar este cigarro
e aspirar
no trago
a sensação violenta
de ser invadida por ti.
Eu me completo do teu
tóxico jeito
de amar.
Um curto grau
de devaneio vicioso.
A ponta eu guardo
para posteriores abstinências.
Samantha Abreu
http://www.samanthaabreu.blogspot.com/
Informes Aedos
OLÁ, PESSOAl.
QUERO CONVIDÁ-LOS PARA O LANÇAMENTO
DE MEU LIVRO "PÁSSARO RUIM".
DIA 24/02/10, QUARTA-FEIRA, NA LIVRARIA DO PAÇO DA LIBERDADE (PRAÇA GENEROSO MARQUES),
ÀS 19:00.
CONTO COM A PRESENÇA DE TODOS. SE PUDEREM/QUISEREM,
AJUDEM A DIVULGAR.
ABRAÇO.
Rodrigo Madeira
QUERO CONVIDÁ-LOS PARA O LANÇAMENTO
DE MEU LIVRO "PÁSSARO RUIM".
DIA 24/02/10, QUARTA-FEIRA, NA LIVRARIA DO PAÇO DA LIBERDADE (PRAÇA GENEROSO MARQUES),
ÀS 19:00.
CONTO COM A PRESENÇA DE TODOS. SE PUDEREM/QUISEREM,
AJUDEM A DIVULGAR.
ABRAÇO.
Rodrigo Madeira
Tesitura
1
Hoy tengo un deseo que me hace nueva…
Mi intención “hombre de agua” es:
obsesionarte con mi beso;
amarte con fascinación,
con adoración ferviente.
Haremos el amor… delicadamente.
2
Cuando tu boca apenas me roza
me convierte en una parcela llena de humedad.
Me seduces a la liviandad.
3
Mi liviandad tu la provocas, con tu mirada de beso
con tu beso de … quiero!.
4
Tu cuerpo cálido es una invitación abierta al amor.
No sólo a la demostración física…
Hablo del sentimiento vasto e infinito.
De la pasión que no decrece con la presencia,
de la que se intensifica con la ausencia.
Hablo de lo que me inspira
tu esencia y contexto.
Lleno de defectos, que bien claro miro
y no me asusta; que asumo como algo tuyo.
Hablo de algo muy sencillo:
del amor que por ti siento.
5
Me encanta como suenas,
tu sabor, olor
y textura.
Me fascina como piensas,
tu manera de mirar
y locura.
6
A qué sabrá tu boca en la mañana?
A membrillo?, a durazno?… a limón!.
Cómo se oirá tu corazón en la mañana?
Cómo un tambor?… cómo trombón?… cómo canción!.
Cómo despertaras después de “eso”, en la mañana?
Humanamente?… amantemente?… Amadamente!.
7
La noche es un milagro.
Transitar por ella me hace vasta.
La obscuridad es vulnerabilidad
en espacio impenetrable.
Vulnerabilidad es la obscuridad.
Vasta me hace transitar por ella.
Es un milagro la noche
8
Mientras despierta sueño,
que soy tu sueño.
Que sueñas
que te sueño
y así… no duermo.
9
Pienso que estoy en tu pensamiento
que piensas que te pienso
y así…. me duerme.
10
La noche ya llego… estoy dispuesta al amor.
Dispuesta a tu amor… amanezco.
11
Acontece que amanece cuando el amor llega.
12
Vengo a descubrir que la inspiración
algo te la da.
Sólo falta un beso… te besan y ya!.
13
No sé sí estoy inspirada o sólo enamorada.
14
Entre el amor, la noche, el sueño,
la realidad, el deseo;
la pasión y la ternura
está la tesitura.
Ylia Kazama
http://www.blogdofavre.ig.com.br
Hoy tengo un deseo que me hace nueva…
Mi intención “hombre de agua” es:
obsesionarte con mi beso;
amarte con fascinación,
con adoración ferviente.
Haremos el amor… delicadamente.
2
Cuando tu boca apenas me roza
me convierte en una parcela llena de humedad.
Me seduces a la liviandad.
3
Mi liviandad tu la provocas, con tu mirada de beso
con tu beso de … quiero!.
4
Tu cuerpo cálido es una invitación abierta al amor.
No sólo a la demostración física…
Hablo del sentimiento vasto e infinito.
De la pasión que no decrece con la presencia,
de la que se intensifica con la ausencia.
Hablo de lo que me inspira
tu esencia y contexto.
Lleno de defectos, que bien claro miro
y no me asusta; que asumo como algo tuyo.
Hablo de algo muy sencillo:
del amor que por ti siento.
5
Me encanta como suenas,
tu sabor, olor
y textura.
Me fascina como piensas,
tu manera de mirar
y locura.
6
A qué sabrá tu boca en la mañana?
A membrillo?, a durazno?… a limón!.
Cómo se oirá tu corazón en la mañana?
Cómo un tambor?… cómo trombón?… cómo canción!.
Cómo despertaras después de “eso”, en la mañana?
Humanamente?… amantemente?… Amadamente!.
7
La noche es un milagro.
Transitar por ella me hace vasta.
La obscuridad es vulnerabilidad
en espacio impenetrable.
Vulnerabilidad es la obscuridad.
Vasta me hace transitar por ella.
Es un milagro la noche
8
Mientras despierta sueño,
que soy tu sueño.
Que sueñas
que te sueño
y así… no duermo.
9
Pienso que estoy en tu pensamiento
que piensas que te pienso
y así…. me duerme.
10
La noche ya llego… estoy dispuesta al amor.
Dispuesta a tu amor… amanezco.
11
Acontece que amanece cuando el amor llega.
12
Vengo a descubrir que la inspiración
algo te la da.
Sólo falta un beso… te besan y ya!.
13
No sé sí estoy inspirada o sólo enamorada.
14
Entre el amor, la noche, el sueño,
la realidad, el deseo;
la pasión y la ternura
está la tesitura.
Ylia Kazama
http://www.blogdofavre.ig.com.br
Informes Aedos
Altair:
Karíssimos!
Gostaria de convidá-los para vistar a matéria de apresentação da poeta catarinense MARILDA CONFORTIN, que passará a colaborar em nossa coluna "Poesia Comovida" no blog da revista Contemporartes, escrevendo resenhas e apresentando e publicando poetas do sul do país!
Na matéria discorremos sobre alguns pontos importantes da vida e o trabalho desta bela poeta e apresentamos alguns de seus poemas, incluindo Poetrixes, modalidade de poema em que a autora é uma especialista! Não percam!
http://contemporartes-contemporaneos.blogspot.com/2010/02/poeta-marilda-confortin.html
Comentários são bem vindos, tá?
Uma bela semana para todos vocês!
Um grande agraço!
Altair de Oliveira.
Karíssimos!
Gostaria de convidá-los para vistar a matéria de apresentação da poeta catarinense MARILDA CONFORTIN, que passará a colaborar em nossa coluna "Poesia Comovida" no blog da revista Contemporartes, escrevendo resenhas e apresentando e publicando poetas do sul do país!
Na matéria discorremos sobre alguns pontos importantes da vida e o trabalho desta bela poeta e apresentamos alguns de seus poemas, incluindo Poetrixes, modalidade de poema em que a autora é uma especialista! Não percam!
http://contemporartes-contemporaneos.blogspot.com/2010/02/poeta-marilda-confortin.html
Comentários são bem vindos, tá?
Uma bela semana para todos vocês!
Um grande agraço!
Altair de Oliveira.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Saudade
De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
De quem é esta saudade,
de quem?
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
Gilka Machado
(in Velha poesia, 1965)
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
De quem é esta saudade,
de quem?
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
Gilka Machado
(in Velha poesia, 1965)
Sentidos
eles podem ir para todos os lados
em qualquer direção, para cima,
para baixo, frágil
mas nem todos
silêncio de ferro
sento confortavelmente em poltronas
de cinemas antigos.
não passa nem um filme.
ou o filme sempre
da minha vida
ninguém me ouve
a moça da bomboniére
pergunta:
quer ficar mais escuro ?
o filme começou na tela grande
vejo o outro que não cessa
e sim, quero mais escuro
lembro que não é possível
é preciso atender o dia
ligar o sol e a voltagem
estou na festa e ninguém entende
querer ficar só
não tenho mais nem um livro
a seguir pode ser o tempo do livro
se houver palavra de liberdade nele
se houver asa concha ninho
o fulgor mas não à toa, com o sentido
compreensível e incompreensível
no palimpsesto
O QUE QUER DIZER, enfim a heroína grita
e é só mais diálogo de surdos
Marília Kubota
http://micropolis.blogspot.com/
em qualquer direção, para cima,
para baixo, frágil
mas nem todos
silêncio de ferro
sento confortavelmente em poltronas
de cinemas antigos.
não passa nem um filme.
ou o filme sempre
da minha vida
ninguém me ouve
a moça da bomboniére
pergunta:
quer ficar mais escuro ?
o filme começou na tela grande
vejo o outro que não cessa
e sim, quero mais escuro
lembro que não é possível
é preciso atender o dia
ligar o sol e a voltagem
estou na festa e ninguém entende
querer ficar só
não tenho mais nem um livro
a seguir pode ser o tempo do livro
se houver palavra de liberdade nele
se houver asa concha ninho
o fulgor mas não à toa, com o sentido
compreensível e incompreensível
no palimpsesto
O QUE QUER DIZER, enfim a heroína grita
e é só mais diálogo de surdos
Marília Kubota
http://micropolis.blogspot.com/
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
FACES DA LIBERDADE
Perder a sensação de ver a luz.
O jeito certo de viver por mim.
Ou perder os lugares onde pus
o meu direito de pensar assim.
O mundo é isso aí: amor e cruz
e vaidades na torre de marfim!
Da liberdade apenas nos seduz
esse canto de rosas no jardim.
Perder momentos de felicidade
é não ouvir cantar a primavera
na brisa fria da razão sem voz.
E se dá por perdida a liberdade
se o medo de viver virar a fera
que se regala de viver por nós.
Afonso Estebanez
(Dedicado ao notável poeta e amigo
Manoel Virgílio Pimentel Côrtes)
O jeito certo de viver por mim.
Ou perder os lugares onde pus
o meu direito de pensar assim.
O mundo é isso aí: amor e cruz
e vaidades na torre de marfim!
Da liberdade apenas nos seduz
esse canto de rosas no jardim.
Perder momentos de felicidade
é não ouvir cantar a primavera
na brisa fria da razão sem voz.
E se dá por perdida a liberdade
se o medo de viver virar a fera
que se regala de viver por nós.
Afonso Estebanez
(Dedicado ao notável poeta e amigo
Manoel Virgílio Pimentel Côrtes)
Origem da flauta
Conta-se que a flauta foi inventada por Mercúrio, por que era muito solitário.
Conta-se também que foi atribuída a Atena que encontrando um osso oco de cervo,
conseguiu tirar do osso alegres sons.
A flauta era um dos principais instrumentos musicais dos antigos.
Apolo, seduzido pelo som melodioso que saía do rústico instrumento,
trocou com Mercúrio por uma vara de ouro,
E por conhecimentos sobre a arte da adivinhação.
A vara, na qual se enrosca duas serpentes, torna-se o Caduceu de Hermes,
que passa a ser um de seus elementos representativos.
Dora Dimolitsas
Conta-se também que foi atribuída a Atena que encontrando um osso oco de cervo,
conseguiu tirar do osso alegres sons.
A flauta era um dos principais instrumentos musicais dos antigos.
Apolo, seduzido pelo som melodioso que saía do rústico instrumento,
trocou com Mercúrio por uma vara de ouro,
E por conhecimentos sobre a arte da adivinhação.
A vara, na qual se enrosca duas serpentes, torna-se o Caduceu de Hermes,
que passa a ser um de seus elementos representativos.
Dora Dimolitsas
Milos Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha
Carne de peixe sangue na fagulha
Cobra de vidro Maracangalha
Que mar eu bebo na telha
Que a minha língua não tralha?
Penúltima dose de pólvora
Palmeira subindo a maralha
Punhal trincheira na trilha
Cortando o pano a navalha
Fatal daqui Pernambuco
Atafona Pontal Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmé passou por aqui
Artur Gomes
Oscar no foco de palha
Carne de peixe sangue na fagulha
Cobra de vidro Maracangalha
Que mar eu bebo na telha
Que a minha língua não tralha?
Penúltima dose de pólvora
Palmeira subindo a maralha
Punhal trincheira na trilha
Cortando o pano a navalha
Fatal daqui Pernambuco
Atafona Pontal Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmé passou por aqui
Artur Gomes
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
casa velha o pó enrolando nos tapetes asas de mariposa folhas secas cogumelos um vagalume pisca sobre a caneta sem tinta: o homem parou de escrever na letra C. a flâmula do time de futebol já esquecido dança ao vento enquanto o telejornal transmite aos mosquitos as últimas notícias terroristas
Marília Kubota
Marília Kubota
vai o guarda chuva ao vento no vendaval como vai o guarda minúsculo com a namorada bailarina a bailar chove entre selvas entre sóis entre chamas fúria com vento com sangue viria uma vaca velejar as tetas entre alabastros de edifícios flutuantes ? chove e o céu de sílabas chove e os que esperam entender o que se move fincam-se em monumentos em placas enquanto os poetas com os guardas as bailarinas os guarda-chuvas velejam no vendaval
Marilia Kubota
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
História de Carnaval
Beijou a minha testa e deu alpiste pro canário
Disse que ia pegar o carro na oficina
Me senti ainda mais otário
Ao vê-la em seu casaco falso de chinchila
Saiu de casa no sentido anti-horário
Mas deixou quente meu chá de camomila
Quando a dor fica insuportável
Simplesmente deixamos de senti-la
Sergio Viralobos
Disse que ia pegar o carro na oficina
Me senti ainda mais otário
Ao vê-la em seu casaco falso de chinchila
Saiu de casa no sentido anti-horário
Mas deixou quente meu chá de camomila
Quando a dor fica insuportável
Simplesmente deixamos de senti-la
Sergio Viralobos
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
No te Culpes
Nunca te quejes de nadie, ni de nada,
porque fundamentalmente
tu has hecho lo que querías en tu vida.
Acepta la dificultad de edificarte a ti mismo
y el valor de empezar corrigiéndote
El triunfo del verdadero hombre
surge de las cenizas de su error.
Nunca te quejes de tu soledad o de tu suerte,
enfréntala con valor y acéptala.
De una manera u otra es el resultado de tus actos
y prueba que tu siempre has de ganar.
No te amargues de tu propio fracaso
ni se lo cargues a otro, acéptate ahora
o seguirás justificándote como un niño.
Recuerda que cualquier momento es bueno
para comenzar y que ninguno
es tan terrible para claudicar.
No olvides que la causa de tu presente
es tu pasado así como la causa
de tu futuro será tu presente.
Aprende de los audaces, de los fuertes,
de quien no acepta situaciones, de quien
vivirá a pesar de todo,
piensa menos en tus problemas
y más en tu trabajo y
tus problemas sin eliminarlos morirán.
Aprende a nacer desde el dolor
y a ser más grande
que el más grande de los obstáculos,
mírate en el espejo de ti mismo
y serás libre y fuerte
y dejarás de ser un títere
de las circunstancias
porque tu mismo eres tu destino.
Levántate y mira el sol por las mañanas
y respira la luz del amanecer.
Tú eres parte de la fuerza de tu vida,
ahora despiértate, lucha, camina, decídete
y triunfarás en la vida;
nunca pienses en la suerte,
porque la suerte es: el pretexto
de los fracasados.
Pablo Neruda
Fonte: Poemas Urbanos
porque fundamentalmente
tu has hecho lo que querías en tu vida.
Acepta la dificultad de edificarte a ti mismo
y el valor de empezar corrigiéndote
El triunfo del verdadero hombre
surge de las cenizas de su error.
Nunca te quejes de tu soledad o de tu suerte,
enfréntala con valor y acéptala.
De una manera u otra es el resultado de tus actos
y prueba que tu siempre has de ganar.
No te amargues de tu propio fracaso
ni se lo cargues a otro, acéptate ahora
o seguirás justificándote como un niño.
Recuerda que cualquier momento es bueno
para comenzar y que ninguno
es tan terrible para claudicar.
No olvides que la causa de tu presente
es tu pasado así como la causa
de tu futuro será tu presente.
Aprende de los audaces, de los fuertes,
de quien no acepta situaciones, de quien
vivirá a pesar de todo,
piensa menos en tus problemas
y más en tu trabajo y
tus problemas sin eliminarlos morirán.
Aprende a nacer desde el dolor
y a ser más grande
que el más grande de los obstáculos,
mírate en el espejo de ti mismo
y serás libre y fuerte
y dejarás de ser un títere
de las circunstancias
porque tu mismo eres tu destino.
Levántate y mira el sol por las mañanas
y respira la luz del amanecer.
Tú eres parte de la fuerza de tu vida,
ahora despiértate, lucha, camina, decídete
y triunfarás en la vida;
nunca pienses en la suerte,
porque la suerte es: el pretexto
de los fracasados.
Pablo Neruda
Fonte: Poemas Urbanos
Poema es Olvido
Juro que no recuerdo ni su nombre,
Mas moriré llamándola María,
No por simple capricho de poeta:
Por su aspecto de plaza de provincia.
¡Tiempos aquellos!, yo un espantapájaros,
Ella una joven pálida y sombría.
Al volver una tarde del Liceo
Supe de la su muerte inmerecida,
Nueva que me causó tal desengaño
Que derramé una lágrima al oírla.
Una lágrima, sí, ¡quién lo creyera!
Y eso que soy persona de energía.
Si he de conceder crédito a lo dicho
Por la gente que trajo la noticia
Debo creer, sin vacilar un punto,
Que murió con mi nombre en las pupilas.
Hecho que me sorprende, porque nunca
Fue para mí otra cosa que una amiga.
Nunca tuve con ella más que simples
Relaciones de estricta cortesía,
Nada más que palabras y palabras
Y una que otra mención de golondrinas.
La conocí en mi pueblo (de mi pueblo
Sólo queda un puñado de cenizas),
Pero jamás vi en ella otro destino
Que el de una joven triste y pensativa
Tanto fue así que hasta llegué a tratarla
Con el celeste nombre de María,
Circunstancia que prueba claramente
La exactitud central de mi doctrina.
Puede ser que una vez la haya besado,
¡Quién es el que no besa a sus amigas!
Pero tened presente que lo hice
Sin darme cuenta bien de lo que hacía.
No negaré, eso sí, que me gustaba
Su inmaterial y vaga compañía
Que era como el espíritu sereno
Que a las flores domésticas anima.
Yo no puedo ocultar de ningún modo
La importancia que tuvo su sonrisa
Ni desvirtuar el favorable influjo
Que hasta en las mismas piedras ejercía.
Agreguemos, aún, que de la noche
Fueron sus ojos fuente fidedigna.
Mas, a pesar de todo, es necesario
Que comprendan que yo no la quería
Sino con ese vago sentimiento
Con que a un pariente enfermo se designa.
Sin embargo sucede, sin embargo,
Lo que a esta fecha aún me maravilla,
Ese inaudito y singular ejemplo
De morir con mi nombre en las pupilas,
Ella, múltiple rosa inmaculada,
Ella que era una lámpara legítima.
Tiene razón, mucha razón, la gente
Que se pasa quejando noche y día
De que el mundo traidor en que vivimos
Vale menos que rueda detenida:
Mucho más honorable es una tumba,
Vale más una hoja enmohecida.
Nada es verdad, aquí nada perdura,
Ni el color del cristal con que se mira.
Hoy es un día azul de primavera,
Creo que moriré de poesía,
De esa famosa joven melancólica
No recuerdo ni el nombre que tenía.
Sólo sé que pasó por este mundo
Como una paloma fugitiva:
La olvidé sin quererlo, lentamente,
Como todas las cosas de la vida.
Nicanor Parra
Fonte : Poemas Urbanos
Mas moriré llamándola María,
No por simple capricho de poeta:
Por su aspecto de plaza de provincia.
¡Tiempos aquellos!, yo un espantapájaros,
Ella una joven pálida y sombría.
Al volver una tarde del Liceo
Supe de la su muerte inmerecida,
Nueva que me causó tal desengaño
Que derramé una lágrima al oírla.
Una lágrima, sí, ¡quién lo creyera!
Y eso que soy persona de energía.
Si he de conceder crédito a lo dicho
Por la gente que trajo la noticia
Debo creer, sin vacilar un punto,
Que murió con mi nombre en las pupilas.
Hecho que me sorprende, porque nunca
Fue para mí otra cosa que una amiga.
Nunca tuve con ella más que simples
Relaciones de estricta cortesía,
Nada más que palabras y palabras
Y una que otra mención de golondrinas.
La conocí en mi pueblo (de mi pueblo
Sólo queda un puñado de cenizas),
Pero jamás vi en ella otro destino
Que el de una joven triste y pensativa
Tanto fue así que hasta llegué a tratarla
Con el celeste nombre de María,
Circunstancia que prueba claramente
La exactitud central de mi doctrina.
Puede ser que una vez la haya besado,
¡Quién es el que no besa a sus amigas!
Pero tened presente que lo hice
Sin darme cuenta bien de lo que hacía.
No negaré, eso sí, que me gustaba
Su inmaterial y vaga compañía
Que era como el espíritu sereno
Que a las flores domésticas anima.
Yo no puedo ocultar de ningún modo
La importancia que tuvo su sonrisa
Ni desvirtuar el favorable influjo
Que hasta en las mismas piedras ejercía.
Agreguemos, aún, que de la noche
Fueron sus ojos fuente fidedigna.
Mas, a pesar de todo, es necesario
Que comprendan que yo no la quería
Sino con ese vago sentimiento
Con que a un pariente enfermo se designa.
Sin embargo sucede, sin embargo,
Lo que a esta fecha aún me maravilla,
Ese inaudito y singular ejemplo
De morir con mi nombre en las pupilas,
Ella, múltiple rosa inmaculada,
Ella que era una lámpara legítima.
Tiene razón, mucha razón, la gente
Que se pasa quejando noche y día
De que el mundo traidor en que vivimos
Vale menos que rueda detenida:
Mucho más honorable es una tumba,
Vale más una hoja enmohecida.
Nada es verdad, aquí nada perdura,
Ni el color del cristal con que se mira.
Hoy es un día azul de primavera,
Creo que moriré de poesía,
De esa famosa joven melancólica
No recuerdo ni el nombre que tenía.
Sólo sé que pasó por este mundo
Como una paloma fugitiva:
La olvidé sin quererlo, lentamente,
Como todas las cosas de la vida.
Nicanor Parra
Fonte : Poemas Urbanos
Informes Aedos
Karíssimos (as)!
.
Gostaria de convidá-los para visitar a matéria de reabertura de minha coluna de poesias "Poesia Comovida" no blog da revista "Contemporartes" de SP!
.
A matéria está super-bonita, com ilustrações do grande pintor matograssense "Adir Sodré" e a história do poema "Confluência Passional", e proõe, juntamente com alguns colaboradores, levar à coluna uma pequena mostra da boa poesia que está sendo feita hoje no país! Não percam!
.
http://contemporartes-contemporaneos.blogspot.com/
.
Se puderem façam comentários para que ajudem a gente a criar um belo espaço para a poesia independente! Se gostarem divulguem também aos amigos!
.
A coluna, a partir de agora, será atualizada todas as segundas-feiras!!! Se puderem acompanhem!
*
*
Uma bela semana para vocês e um carnaval delicioso!
*
Grande abraço, se cuidem!
*Altair de Oliveira
.
Gostaria de convidá-los para visitar a matéria de reabertura de minha coluna de poesias "Poesia Comovida" no blog da revista "Contemporartes" de SP!
.
A matéria está super-bonita, com ilustrações do grande pintor matograssense "Adir Sodré" e a história do poema "Confluência Passional", e proõe, juntamente com alguns colaboradores, levar à coluna uma pequena mostra da boa poesia que está sendo feita hoje no país! Não percam!
.
http://contemporartes-contemporaneos.blogspot.com/
.
Se puderem façam comentários para que ajudem a gente a criar um belo espaço para a poesia independente! Se gostarem divulguem também aos amigos!
.
A coluna, a partir de agora, será atualizada todas as segundas-feiras!!! Se puderem acompanhem!
*
*
Uma bela semana para vocês e um carnaval delicioso!
*
Grande abraço, se cuidem!
*Altair de Oliveira
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Tua mão guiará muitos tal qual assim preferir.
Intervir na problematização do sujeito, sindetizar o conceito.
Soprar a interjeição na intransitividade do léxico causal e final.
Imaginar a divisão silábica lá no passado da tia da escola.
Passar por ente querido aos desgarrados das patroas.
Genos ou famílias?
Transborda a espartana pelos caminhos da morte que passamos.
Corte de retalhos da vida que se encaixam em visão do todo.
Não se sobressai a lógica pelo fato da intransitividade do ser.
Vai por em dia as lembranças de quem eu era.
Vai caminhar por essas esferas em esperas e esperas.
Anderson Carlos Maciel
Intervir na problematização do sujeito, sindetizar o conceito.
Soprar a interjeição na intransitividade do léxico causal e final.
Imaginar a divisão silábica lá no passado da tia da escola.
Passar por ente querido aos desgarrados das patroas.
Genos ou famílias?
Transborda a espartana pelos caminhos da morte que passamos.
Corte de retalhos da vida que se encaixam em visão do todo.
Não se sobressai a lógica pelo fato da intransitividade do ser.
Vai por em dia as lembranças de quem eu era.
Vai caminhar por essas esferas em esperas e esperas.
Anderson Carlos Maciel
Delírio do Meio Dia
Há sol lá fora e não quero ir
A saia me estrangula pela cintura
e a bota esfolará o passo lerdo
pelo tornozelo esquerdo
Há um engasgo me esperando
Girassol, Náusea, Asfixia
Tenho sono... fastio dos modos humano
sem nenhum interesse na arte do improviso
Há serpentes e odaliscas ondulando sob o sol
Nunca soube distinguir os guizos
No sofá sob a colcha azul
sou a concha que verte o mar
Nas almofadas
Não quero ir
Um palmo de luz pela janela já embriaga
E estou certa de que esfolarei a retina
Nas asas finas de alguma fada amarela.
IRIENE BORGES.
A saia me estrangula pela cintura
e a bota esfolará o passo lerdo
pelo tornozelo esquerdo
Há um engasgo me esperando
Girassol, Náusea, Asfixia
Tenho sono... fastio dos modos humano
sem nenhum interesse na arte do improviso
Há serpentes e odaliscas ondulando sob o sol
Nunca soube distinguir os guizos
No sofá sob a colcha azul
sou a concha que verte o mar
Nas almofadas
Não quero ir
Um palmo de luz pela janela já embriaga
E estou certa de que esfolarei a retina
Nas asas finas de alguma fada amarela.
IRIENE BORGES.
Deus Louco
As estrelas fazem poeira no ar.
O céu permanece em mim,
afogado e rindo.
O vento resiste, não quer entrar
Não respiro, mas sou uma lâmina.
Quebro harmonia e abuso.
Sou um deus louco,
a veia escura do rei.
Todo vampiro é acessível.
A paixão é nossa,
somos livres doadores.
- Quebra meu espelho,
raio da manhã!
- Rio que passa,
casa comigo!
- Moça dos seios caídos,
toma conta de mim!
Gutemberg (Honorato) de Moura
- In: "Vodu"
O céu permanece em mim,
afogado e rindo.
O vento resiste, não quer entrar
Não respiro, mas sou uma lâmina.
Quebro harmonia e abuso.
Sou um deus louco,
a veia escura do rei.
Todo vampiro é acessível.
A paixão é nossa,
somos livres doadores.
- Quebra meu espelho,
raio da manhã!
- Rio que passa,
casa comigo!
- Moça dos seios caídos,
toma conta de mim!
Gutemberg (Honorato) de Moura
- In: "Vodu"
Promessa
Enforcarei as cordas da miséria
espremendo boas novas de sangue
na gravidez das ruas tristes.
Libertarei o pensamento dominador,
escarrando na pele da ignorância
a saliva derramada que derrete o medo.
No inferno irei cavalgar
esfregando a minha carne viva
no dorso esfolado do tempo.
Auxiliarei nos campos inferiores,
desenhando fios de luz
no chão maldito que me foi confiado.
Gotas de horror escapando da fronte,
arrancarei dos meus miolos
os dedos viscosos da hipocrisia.
Sofrendo muito de erro em erro,
tomarei então um novo espinho
para cravar na testa da mentira.
Gutemberg (Honorato) de Moura
- In: "Vodu"
http://www.olentoalento.blogspot.com
espremendo boas novas de sangue
na gravidez das ruas tristes.
Libertarei o pensamento dominador,
escarrando na pele da ignorância
a saliva derramada que derrete o medo.
No inferno irei cavalgar
esfregando a minha carne viva
no dorso esfolado do tempo.
Auxiliarei nos campos inferiores,
desenhando fios de luz
no chão maldito que me foi confiado.
Gotas de horror escapando da fronte,
arrancarei dos meus miolos
os dedos viscosos da hipocrisia.
Sofrendo muito de erro em erro,
tomarei então um novo espinho
para cravar na testa da mentira.
Gutemberg (Honorato) de Moura
- In: "Vodu"
http://www.olentoalento.blogspot.com
Andei solitária nas ruas do mundo,
Vi-me refletida no espaço etéreo da luz
Como pássaro sem assas levitei,
Encantada e solitária caminho
Na visão do infinito
O planeta azul eu abracei...
Sou mulher alada,
Felina, e guerreira...
Solitária caminho
Ao encontro de minha memória astral
Minha química cósmica,
Reverencia o altar sagrado da luz
Dora Dimolitsas
Vi-me refletida no espaço etéreo da luz
Como pássaro sem assas levitei,
Encantada e solitária caminho
Na visão do infinito
O planeta azul eu abracei...
Sou mulher alada,
Felina, e guerreira...
Solitária caminho
Ao encontro de minha memória astral
Minha química cósmica,
Reverencia o altar sagrado da luz
Dora Dimolitsas
Passado do Universo -
Palavras, vistas, jogadas
numa forma de exatas.
Metamorfoseada em versos
que pouco aparecem nesse meio.
Como podem? O falso
desinteresse
transforma-se em
Inspiração
Sua contribuição na criação
é relevante, e, olhe, que muitos
passados já podem ter acabado,
quando iluminou na noite.
numa forma de exatas.
Metamorfoseada em versos
que pouco aparecem nesse meio.
Como podem? O falso
desinteresse
transforma-se em
Inspiração
Sua contribuição na criação
é relevante, e, olhe, que muitos
passados já podem ter acabado,
quando iluminou na noite.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
E tenho dentro de mim
Um pouco de tudo
Dores
Flagelos
Amores
Esperanças guardadas
Distancias que pesam
Sentimentos que esperam
Passos
Correntes
Infinitos pesarem
Beijos lilases
Fio de incerteza
Um peito abafado
Dias de outrora
Versos
Palavras
Sussurros
Vestígio de mar
Rosas na face
E um grito preso
na garganta da alma
Lou Witt
Um pouco de tudo
Dores
Flagelos
Amores
Esperanças guardadas
Distancias que pesam
Sentimentos que esperam
Passos
Correntes
Infinitos pesarem
Beijos lilases
Fio de incerteza
Um peito abafado
Dias de outrora
Versos
Palavras
Sussurros
Vestígio de mar
Rosas na face
E um grito preso
na garganta da alma
Lou Witt
A Piedade
Eu urrava nos poliedros da Justiça meu momento
abatido na extrema paliçada
os professores falavam da vontade de dominar e da
luta pela vida
as senhoras católicas são piedosas
os comunistas são piedosos
os comerciantes são piedosos
só eu não sou piedoso
se eu fosse piedoso meu sexo seria dócil e só se ergueria
aos sábados à noite
eu seria um bom filho meus colegas me chamariam
cu-de-ferro e me fariam perguntas: por que navio
bóia? por que prego afunda?
eu deixaria proliferar uma úlcera e admiraria as
estátuas de fortes dentaduras
iria a bailes onde eu não poderia levar meus amigos
pederastas ou barbudos
eu me universalizaria no senso comum e eles diriam
que tenho todas as virtudes
eu não sou piedoso
eu nunca poderei ser piedoso
meus olhos retinem e tingem-se de verde
Os arranha-céus de carniça se decompõem nos
pavimentos
os adolescentes nas escolas bufam como cadelas
asfixiadas
arcanjos de enxofre bombardeiam o horizonte através
dos meus sonhos
Roberto piva
do livro Paranóia de Roberto Piva
blog Leituras Favre
abatido na extrema paliçada
os professores falavam da vontade de dominar e da
luta pela vida
as senhoras católicas são piedosas
os comunistas são piedosos
os comerciantes são piedosos
só eu não sou piedoso
se eu fosse piedoso meu sexo seria dócil e só se ergueria
aos sábados à noite
eu seria um bom filho meus colegas me chamariam
cu-de-ferro e me fariam perguntas: por que navio
bóia? por que prego afunda?
eu deixaria proliferar uma úlcera e admiraria as
estátuas de fortes dentaduras
iria a bailes onde eu não poderia levar meus amigos
pederastas ou barbudos
eu me universalizaria no senso comum e eles diriam
que tenho todas as virtudes
eu não sou piedoso
eu nunca poderei ser piedoso
meus olhos retinem e tingem-se de verde
Os arranha-céus de carniça se decompõem nos
pavimentos
os adolescentes nas escolas bufam como cadelas
asfixiadas
arcanjos de enxofre bombardeiam o horizonte através
dos meus sonhos
Roberto piva
do livro Paranóia de Roberto Piva
blog Leituras Favre
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Finá de Ato.
POEMA CAIPIRA...
Finá de Ato.
Adispôs de tanto amor
De tanto cheiro cheiroso
De tanto beijo gostoso, nós briguemos
Foi uma briga fatá; eu disse: cabou-se!
Ele disse: cabou-se!
E nós fiquemos mudo, sem vontade de falá.
Xinguemos, sim, nós se xinguemos
Como se pode axingá:
- Ô, mandinga de sapo seco!
- Ô baba de cururu!
- Tu fica no Norte
Que eu vô pru sul
Não quero te ver nem pintado de carvão
Lá no fundo do quintá
E se eu contigo sonhar
Acordo e rezo o Creio em Deus pai
Pru modi não me assombrá.
É... o Brasil é muito grande
Bem nos pode separar!
Eu engoli um salucio
Ele, engoliu bem uns quatro
Larguemo o pé pelo mato
Passou-se tantos tempo
Que nem é bom rescordar...
Onti, nós si encotremus
Nenhum tentou disfaçá
Eu parti pra riba dele
Cum um fogo aceso nu oiá
Que se num fosse um cabra de osso
Tava aqui dois pedaço.
Foi tanto cheiro cheiroso...
Foi tanto beijo gostoso...
Antonce nós si alembremos
O Brasil... é tão pequeno
Nem pode nos separá!
heheheheheheh. .....
Continuo dizendo....
O amor é lindo!!!!
Finá de Ato.
Adispôs de tanto amor
De tanto cheiro cheiroso
De tanto beijo gostoso, nós briguemos
Foi uma briga fatá; eu disse: cabou-se!
Ele disse: cabou-se!
E nós fiquemos mudo, sem vontade de falá.
Xinguemos, sim, nós se xinguemos
Como se pode axingá:
- Ô, mandinga de sapo seco!
- Ô baba de cururu!
- Tu fica no Norte
Que eu vô pru sul
Não quero te ver nem pintado de carvão
Lá no fundo do quintá
E se eu contigo sonhar
Acordo e rezo o Creio em Deus pai
Pru modi não me assombrá.
É... o Brasil é muito grande
Bem nos pode separar!
Eu engoli um salucio
Ele, engoliu bem uns quatro
Larguemo o pé pelo mato
Passou-se tantos tempo
Que nem é bom rescordar...
Onti, nós si encotremus
Nenhum tentou disfaçá
Eu parti pra riba dele
Cum um fogo aceso nu oiá
Que se num fosse um cabra de osso
Tava aqui dois pedaço.
Foi tanto cheiro cheiroso...
Foi tanto beijo gostoso...
Antonce nós si alembremos
O Brasil... é tão pequeno
Nem pode nos separá!
heheheheheheh. .....
Continuo dizendo....
O amor é lindo!!!!
Tudo
Quisera tua voz aos meus ouvidos,
sussurrando verbos de silêncio lascivo,
insinuando em gestos
a decisão de compartilhar corpo e alma...
Buscando o meu desejo,
arrebatando-me um beijo,
sacrificando todos os sentidos,
oblíquos e convexos.
Santificando-me em êxtase,
purificando-me em sexo...
Eurídice Hespanhol
Lírios no deserto
Parte: “Canções para um amor sem fim e a sonata para um quase adeus
sussurrando verbos de silêncio lascivo,
insinuando em gestos
a decisão de compartilhar corpo e alma...
Buscando o meu desejo,
arrebatando-me um beijo,
sacrificando todos os sentidos,
oblíquos e convexos.
Santificando-me em êxtase,
purificando-me em sexo...
Eurídice Hespanhol
Lírios no deserto
Parte: “Canções para um amor sem fim e a sonata para um quase adeus
Cada um enxerga só o que quer
Moro num prédio em meio a uma grande plantação de prédios. Diversos tamanhos e cores. Formigueiros de solitários e apressados seres humanos, transportados, via de regra, por latas sobre rodas com IPI reduzido.
Mas não é desses seres que quero falar. Quero falar dos simpáticos e alegres peludos que puxam donos ou empregadas para o poste ou grama mais próximo.
Por falar em próximo, tenho um bem próximo a mim. Um pequeno e encrenqueiro yokshire! Ele passeia 4 vezes ao dia normalmente, e em meus nove anos de convivência com ele, aprendi e ganhei muito.
Por exemplo: Conheço vários pássaros que moram nas árvores. Conheço muitas pessoas, cujos nomes nem sempre sei, mas sei o nome de seus cães. Quando um cão está com problemas conversamos, palpitamos e torcemos para que ele melhore. Quando vemos um dono sem cão, já perguntamos: “Onde está o/a ...? Dizemos um: “Sinto muito” verdadeiro quando um desses serzinhos morrem, e podemos ver as lágrimas doídas de quem os perdeu.
Não, não os comparamos a filhos, sabemos que cada um tem seu lugar. Apesar das más línguas garantirem que sim. Porém, quem são esses para falar de nós e nossos cães?
Esses são aqueles que quando passam pela minha rua, comentam: - Nossa! Como tem cocô de cachorro nessa rua.
Para esses eu respondo: - A maioria ajunta os cocôs. Porém o mais triste é que: alguns vêem a beleza dos cães, outros enxergam só os cocôs.
Deisi Perin
texto produzido para a oficina de crônicas, ministrada pela professora Glória Kirinus, no Paço Municipal de Curitiba.
Pó&Teias
Mas não é desses seres que quero falar. Quero falar dos simpáticos e alegres peludos que puxam donos ou empregadas para o poste ou grama mais próximo.
Por falar em próximo, tenho um bem próximo a mim. Um pequeno e encrenqueiro yokshire! Ele passeia 4 vezes ao dia normalmente, e em meus nove anos de convivência com ele, aprendi e ganhei muito.
Por exemplo: Conheço vários pássaros que moram nas árvores. Conheço muitas pessoas, cujos nomes nem sempre sei, mas sei o nome de seus cães. Quando um cão está com problemas conversamos, palpitamos e torcemos para que ele melhore. Quando vemos um dono sem cão, já perguntamos: “Onde está o/a ...? Dizemos um: “Sinto muito” verdadeiro quando um desses serzinhos morrem, e podemos ver as lágrimas doídas de quem os perdeu.
Não, não os comparamos a filhos, sabemos que cada um tem seu lugar. Apesar das más línguas garantirem que sim. Porém, quem são esses para falar de nós e nossos cães?
Esses são aqueles que quando passam pela minha rua, comentam: - Nossa! Como tem cocô de cachorro nessa rua.
Para esses eu respondo: - A maioria ajunta os cocôs. Porém o mais triste é que: alguns vêem a beleza dos cães, outros enxergam só os cocôs.
Deisi Perin
texto produzido para a oficina de crônicas, ministrada pela professora Glória Kirinus, no Paço Municipal de Curitiba.
Pó&Teias
ÉPICO
Não me interessa mais cantar o perfume da mulher
Com as pétalas macias das flores das palavras
Nada de cantos de seduções e encantos vãos
Na minha garganta crescem germes e larvas
Um navio chamado Haiti
(que maldade!)
Vem por mares sempre antes navegados
Parece o zepelim da Geni
E nos pegará descuidados
E antes de terminar a fraseâeu te amoâ
Seremos todos levados
Para a prisão de Guantánamo
Alguns partirão antes que aconteça
Em busca das florestas por não ter onde ir
Com um só obsessão na cabeça
Descobrir como se faz Irene rir
Irene é mulher diferente
Traz a morte como alvo
Guardada num comprido pente
Um pente que cospe fogo
Como os mísseis do navio
O Haiti seja aqui
Disse o poeta inocente
Que poetou sem profecia
O Haiti será aqui
Pra marcar nossa agonia
De gente apática,fraca, indolente
Que irá visitar o navio
Deslumbrada e demente
Querendo aprender inglês
Para se entregar de vez
Se temos shopping,internet, celular sofisticado
Multiplex, TV plasma,Tv Globo,
Por que não tudo isso gozar ?
Mas esse gozo não é orgasmo
É pranto, é fome, é espasmo
É ocupação de um país,invasão
Mas nós temos Zeca Pagodinho,
Seu Jorge e Zé Bonitinho
Big Brother ,mulata e carnaval
Gente boa sempre a sorrir
Bem comportada, cordial
Que nem de longe quer ver
E muito menos aprender
Como se faz Irene rir
Tudo começa de novo
A serpente vem no ovo
De um grande peixe no mar
E antes dos nossos românticos
Dizerem pra sua amada âeu te amoâ
Seremos todos levados
Para a prisão de Guantánamo
Assim se cumpre o destino
A sina covarde e inglória
Do Brasil e sua falsa história
Buscando viver pela mídia
Com a vida a se extinguir
E que nunca vai aprender
A libertação,o prazer
De fazer Irene rir
Roberto Menezes
Com as pétalas macias das flores das palavras
Nada de cantos de seduções e encantos vãos
Na minha garganta crescem germes e larvas
Um navio chamado Haiti
(que maldade!)
Vem por mares sempre antes navegados
Parece o zepelim da Geni
E nos pegará descuidados
E antes de terminar a fraseâeu te amoâ
Seremos todos levados
Para a prisão de Guantánamo
Alguns partirão antes que aconteça
Em busca das florestas por não ter onde ir
Com um só obsessão na cabeça
Descobrir como se faz Irene rir
Irene é mulher diferente
Traz a morte como alvo
Guardada num comprido pente
Um pente que cospe fogo
Como os mísseis do navio
O Haiti seja aqui
Disse o poeta inocente
Que poetou sem profecia
O Haiti será aqui
Pra marcar nossa agonia
De gente apática,fraca, indolente
Que irá visitar o navio
Deslumbrada e demente
Querendo aprender inglês
Para se entregar de vez
Se temos shopping,internet, celular sofisticado
Multiplex, TV plasma,Tv Globo,
Por que não tudo isso gozar ?
Mas esse gozo não é orgasmo
É pranto, é fome, é espasmo
É ocupação de um país,invasão
Mas nós temos Zeca Pagodinho,
Seu Jorge e Zé Bonitinho
Big Brother ,mulata e carnaval
Gente boa sempre a sorrir
Bem comportada, cordial
Que nem de longe quer ver
E muito menos aprender
Como se faz Irene rir
Tudo começa de novo
A serpente vem no ovo
De um grande peixe no mar
E antes dos nossos românticos
Dizerem pra sua amada âeu te amoâ
Seremos todos levados
Para a prisão de Guantánamo
Assim se cumpre o destino
A sina covarde e inglória
Do Brasil e sua falsa história
Buscando viver pela mídia
Com a vida a se extinguir
E que nunca vai aprender
A libertação,o prazer
De fazer Irene rir
Roberto Menezes
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Hoje a lua deu expediente até mais tarde. Desconfio que queria ter uma conversinha com o sol, que anda muito abusado esses dias. Acho que não se entenderam, o bicho tá lá fora de novo a pino, fritando chão e asfalto. Cheia dessa mania de astro que o sol tem, a lua minguou. Mas volta logo mais, pra aquecer do seu jeito, com sutileza, com poesia, os corações sem lume.
Marcelo Amorin
Marcelo Amorin
El Soneto de Rigor
Tal vez haya un rigor para encontrarte
el corazón de rosa rigurosa
ya que hablando en rigor no es poca cosa
que tu rigor de rosa no te harte.
Rosa que estás aquí o en cualquier parte
con tu rigor de pétalos, qué sosa
es tu fórmula intacta, tan hermosa
que ya es de rigor desprestigiarte.
Así que abandonándote en tus ramos
o dejándote al borde del camino
aplicarte el rigor es lo mejor.
Y el rigor no permite que te hagamos
liras ni odas cual floreros, sino
apenas el soneto de rigor.
Mario Benedetti
el corazón de rosa rigurosa
ya que hablando en rigor no es poca cosa
que tu rigor de rosa no te harte.
Rosa que estás aquí o en cualquier parte
con tu rigor de pétalos, qué sosa
es tu fórmula intacta, tan hermosa
que ya es de rigor desprestigiarte.
Así que abandonándote en tus ramos
o dejándote al borde del camino
aplicarte el rigor es lo mejor.
Y el rigor no permite que te hagamos
liras ni odas cual floreros, sino
apenas el soneto de rigor.
Mario Benedetti
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)