Há sol lá fora e não quero ir
A saia me estrangula pela cintura
e a bota esfolará o passo lerdo
pelo tornozelo esquerdo
Há um engasgo me esperando
Girassol, Náusea, Asfixia
Tenho sono... fastio dos modos humano
sem nenhum interesse na arte do improviso
Há serpentes e odaliscas ondulando sob o sol
Nunca soube distinguir os guizos
No sofá sob a colcha azul
sou a concha que verte o mar
Nas almofadas
Não quero ir
Um palmo de luz pela janela já embriaga
E estou certa de que esfolarei a retina
Nas asas finas de alguma fada amarela.
IRIENE BORGES.
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