Moro num prédio em meio a uma grande plantação de prédios. Diversos tamanhos e cores. Formigueiros de solitários e apressados seres humanos, transportados, via de regra, por latas sobre rodas com IPI reduzido.
Mas não é desses seres que quero falar. Quero falar dos simpáticos e alegres peludos que puxam donos ou empregadas para o poste ou grama mais próximo.
Por falar em próximo, tenho um bem próximo a mim. Um pequeno e encrenqueiro yokshire! Ele passeia 4 vezes ao dia normalmente, e em meus nove anos de convivência com ele, aprendi e ganhei muito.
Por exemplo: Conheço vários pássaros que moram nas árvores. Conheço muitas pessoas, cujos nomes nem sempre sei, mas sei o nome de seus cães. Quando um cão está com problemas conversamos, palpitamos e torcemos para que ele melhore. Quando vemos um dono sem cão, já perguntamos: “Onde está o/a ...? Dizemos um: “Sinto muito” verdadeiro quando um desses serzinhos morrem, e podemos ver as lágrimas doídas de quem os perdeu.
Não, não os comparamos a filhos, sabemos que cada um tem seu lugar. Apesar das más línguas garantirem que sim. Porém, quem são esses para falar de nós e nossos cães?
Esses são aqueles que quando passam pela minha rua, comentam: - Nossa! Como tem cocô de cachorro nessa rua.
Para esses eu respondo: - A maioria ajunta os cocôs. Porém o mais triste é que: alguns vêem a beleza dos cães, outros enxergam só os cocôs.
Deisi Perin
texto produzido para a oficina de crônicas, ministrada pela professora Glória Kirinus, no Paço Municipal de Curitiba.
Pó&Teias
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