domingo, 22 de agosto de 2010

Elegia ao relojoeiro

(a meu pai)






Pontuou alfas



em contrapontos



do ômega









e das mãos



se condestinavam



sinais da memória



(interlúdios de alguém)









Tormentos e



legendas



tocaram



salvara a expectativa



ressalvara talvez



um sonhador.









Não vingava o intento,



artíficie da hora e



do momento.



Milionésimo, centésimo ou segundo



préstimos de algum anseio,



cantara em fornituras:



a solitude



e coligia o ponto



de um próximo amanhã,



compasso do ontem a circular



o átimo de ânsias e pendores



filigranas de minuto a minuto



arrematara o segundo.









Os cilindros enxergavam,



o labor



aprisionava...



mas o tempo lhe foi súdito,



ao menos na tua mesa.









Espiral de arcanos que se anseiam



destros olhos em miríades



n'algum presto acontecimento



esteve assim a perfilhar



legendas do que se espera



por isso,



te chamaram de relojoeiro.


Tullio Stefano
http://www.poeteias.blogspot.com/

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