quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Se ferve a alma do poeta


pranteado lhe é o riso

um calhamaço se apinha no arauto

da voz que quer te ouvir

e de ti não se basta

lavras a dor com prazer

pois a musa é a música

menestrel na curva ou no embate

ao semáforo semeadura

outros que o chamam

poeta

e tu se reconheces,

não és autor de livros e sim de poesia,

e a vida que te foge

é livro que já começa

eu, tu e nós

a página persona

que dobramos

sujamos

rasgamos

e assim

reeditamos

um livro

e atravessa aqui a palavra

derrubada, desdita reerguida.

Tullio Stefano

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