Sou o teu rio de mágoas
De lua cheia me inundo
E morro nas águas rasas
De um oceano profundo.
Colho flores numerosas
Da pedra da minha vida
E sei das tolas mimosas
De alguma rosa suicida.
No escombro da poesia
Há ninhos e andorinhas
E o chão da erva esguia
Por onde nua caminhas.
No jardim de sepulturas
Há as juras que nem fiz
Dos afetos e as ternuras
Que me deixaram feliz.
Afonso Estebanez
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