quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Onde está esse grito?


Em qual deserto de palavras?

Em qual oceano de pranto?

Estará, difuso em espasmos,

Embalando um sonho morto?

Ou embargado pelo suspiro

Aliviado da última esperança

Fero, ata-me a garganta?

Onde está esse grito,

Liberdade e aflição,

Que eu evito?

O débil impulso

Que ruma à garganta

Mas desvia o curso

Minuto após minuto









Onde está esse grito,

Liberdade e aflição,

Que eu evito?



Em qual abismo-

O de árido silêncio

Ou de enfático cinismo-

Abafo meu grito?



Sempre este rito

De hábil dissimulação

E prático comodismo

Ata meu grito.



Impróprio e proscrito

Dissipa-se na garganta

Propaga-se no infinito!

Iriene Borges

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