Da champagne gritando no teto lá de casa e da criançada correndo atrás da rolha।
- É minha, é minha, é minha!!!!
Mais uma
As janelas do meu coração. Minhas portas – sempre abertas. Meu travesseiro. Os ponteiros do meu único relógio. Minha música... tudo incondicionalmente teu. E só teu. Meu vaga-lume um dia lua cheia. Hoje brasa de cigarro. Cada cantinho da minha alma está fora de mim, perdidos em bancos de praças de cidades que eu nunca visitei. Não foram facadas. Nem tiros, foram palavras e ações que me fizeram acreditar por quase eternos sessenta segundos que eu nunca fui Mario Auvim. Você, sóbria e sombria, traiu e enganou todos os meus sentimentos. E em noites fantasmas me visitavam, mas ontem eu cansei e fizemos um assalto à geladeira.
Meus Amores
Passeio - (mini - conto)
Fim de tarde ameno. Jardim Botânico. Seu Bernardo, 72. Aos primeiros pingos abriu o guarda-chuva e voltou a abraçar Dona Antonia, 70. Jardim Botânico.
Vovó Marta - (mini - conto)
Marta. Vovó de 8. Mamãe de 3. Nas mãos sacolas cheias de mercado. Cansou no meio do aclive. Não continuou. Uma olhadela ali. Outra acolá. Mais um instante. E outro. Tomou ânimo. Foi.
A Mesa da sala de jantar
Afeiçoada em banquetear dias especiais. Nossos dias especiais. Momentos que marcaram meus castanhos olhos e os seus amendoados, ainda povoam de luz minhas lembranças, aquecendo galopantemente meu coração como fogueiras de São João em dias que estou quase Crosue. Lembro-me dos muitos estrogonofes. Copos entornados. Manchas de molho de tomate em toalhas apressada-men-te preparadas para aqueles ternos tempos. Além, é claro, das Risadas. Jogos de cartas. Amigos nossos e parentes seus, que aquela Mesa acolheu com tanta plenitude. Honestidade. E Amores. Muitos Amores.
Meus Amores
1993
Vida vinda
Vida ida
De ar invernal
De hábito oriental
Ser e estar
Meu bem estar
Vida foi e é
Nunca mais será
Vida tinha nome
Queria teu sobrenome
Vida em letras
Vida em números
Quando tinha 20
Ela 22
Hoje 26
E eu mais ninguém
Vida segue
Segue vida
Vai!
Vai, segue Vida!
*
Vidas que se chegam e que se vão,
sempre deixam um pouco delas
levando um pouco de mim.
Mário Alvim
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