segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Flâneur de uma cidade sem úbere agonizando de agruras para ontem.
Matem minha vontade de morrer nesta cidade de pó e carniça.
Em toda praça sorri banguela a desdita miséria
untada de lodo e urina de ratos sob as bençãos da geada mortalhando gelada dança .
sorve meta merda na alma dissolvida nas vísceras do  pesadelo empedrado no fogo .
gosma de vida que se arrasta de precipício em precipício de vertigens no inferno
saboreando a morte tateando desespero lambendo a laje da vida que foge.

Passo impassível sem moedas a dar nem cumprimento a paisagem horrenda da urbe.
cobertores sobre peles podres sob ossos quebradiços , baratas .

No submundo da humana voracidade mais um careca icinera de ódio mais um subumano desengano.
Cruzes são caras de mais , covas rasas secas de Deus plantam mais um horizonte que não brotou.

"A manhã tem mais". "Prefiro a televisão ,o locutor é um artista " "Escorre sangue em cada letra que vomita de sua fala vulturina " "Um acidente de carro... " Amanhã estarei ocupado fala o Diabo, assistirei a matinê ao lado de Nero massacre de cristãos


Wilson Roberto Nogueira

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