Lamb, lamb,lamb...
Foi pensando em despertar o sentimento maternal na minha gata, que ficava muito tempo sozinha, que adotei a segunda gatinha, a Miona, para fazer companhia para Guida.
O problema é que Guida viu-se ameaçada, com o território invadido e nada de sentimento maternal: só guerra! Recebeu-a com chiados e rosnados. Detestava a filhotinha que parecia não entender de onde surgia tanto mal humor. Miona rapidamente encontrou um esconderijo pra lá de criativo. Entrou pela fresta do armário da cozinha, onde tem o aramado dos panos de prato e passou por debaixo do fogão embutido, deslizando para dentro da última gaveta, da bancada, de onde tirei as ferramentas e forrei com pano macio, para ela se aninhar. É um esconderijo inatingível pela Guida.
Passados quase dois anos, Guida consegue relacionar-se melhor com a Miona, mas ainda assim, enxota-a com chiados ferozes quando sente-se ameaçada vendo a pequena aproximar-se de onde estou.
Já presenciei a Guida descendo do sofá, passando pela Miona e desferindo uma patada na cara dela, como quem diz: "Como ousa estar aqui!?"
Miona, que é uma graça, parece tirar de letra os desagravos da mais velha. Agora que está maior, devolve patadas e pula alto, escapando. E consegue ser lindinha, desfilando pela casa. Mas é arisca. Se chega visita, corre para o seu esconderijo. Qualquer barulho indefenido é motivo de sumiço.
Mas há um espaço de paz aos pés da cama, onde o sol entra de manhã e Guida finalmente lambe Miona, como se fosse sua filhote.
Marilza Conceição
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