sábado, 5 de maio de 2012

O poeta armado

DRUMMOND E O TRABALHO POÉTICO



“Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos. Infelizmente, exige-se pouco do nosso poeta; menos do que se reclama ao pintor, ao músico, ao romancista…”



Carlos Drummond de Andrade

em “Autobiografia para uma revista”,

no livro Confissões de Minas (1944).

In Prosa Seleta, Nova Aguilar, 2003

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