terça-feira, 8 de maio de 2012

"Um minutinho...

Séculos e séc...ulos apertados e comprimidos em...

Um minutinho de História.



A rua São Francisco, antiga rua do Fogo, ali no Setor Histórico de Curitiba, na quadra situada entre Riachuelo e Barão do Serro Azul, está passando por reformas, orientadas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, Ippuc.
O plano de reforma da São Francisco naquele trecho é criar uma espécie de rua gastronômica , o que vem ao encontro de reivindicações do comércio local. Ouve-se dizer que as calçadas serão ampliadas e a pista de automóveis diminuída, de modo a não mais se estacionarem carros. Muito bem.
Duas preocupações, no entanto, devem ser anotadas, e o redator deste programa faz a título pessoal, isentando a terceiros de qualquer responsabilidade por estar observações.
Primeiro, o velho calçamento do lado esquerdo daquela quadra da rua São Francisco, mais do que centenário, e feito a base de “matações”, grandes pedras de basalto negro justapostas com esmero e arte, acaba de ser desmanchado para a reforma das tubulações subterrâneas, destinadas ao escoamento das águas, sem qualquer indicação de que as peças serão recolocadas no lugar – o que já significa a destruição de um patrimônio histórico inestimável, que aliás não está nas pedras mas na arte com que foram colocadas.
Existisse a preocupação de reconstituir ou mesmo de preservar esta calçada representativa da Curitiba antiga, e as pedras receberiam números, de maneira a se refazer exatamente o seu quebra-cabeças. Uma pena que o Ippuc não tenha ouvido historiadores da cidade, e especialistas na velha arte da cantaria curitibana, antes de começar os seus trabalhos.
O segundo ponto é o seguinte: um pequeno sinal remanescente do tempo em que se andava a cavalo pela São Francisco, uma solitária argola de prender animais, sobrevivente de outros tempos, até hoje está presa ao meio-fio da mesma calçada de velhos matações. Fica na rua São Francisco, quase em frente ao número 171. Será que a argolinha vai sobreviver às reformas? Os moradores daquela rua já se mobilizam em sua defesa, e estão dispostos a lutar por ela. Será a batalha da Argolinha...


Aqui você não perde tempo e ainda ganha... um minutinho de História."



(Jaques Brandt)



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