terça-feira, 1 de maio de 2012

VITÓRIA RÉGIA NO CIBERESPAÇO

GLÓRIA KIRINUS



A LUA É A MESMA

DE ANTIGAMENTE.

É O MESMO, O PRÓPRIO SOL.

E AINDA É O MESMO

O MENINO QUE ATIRAVA PEDRAS

NA LAGOA

SURPREENDENDO

ESTRELAS

*

AS ONDAS DO MAR

AINDA RECEBEM

A VISITA

DOS RIOS

E A MENINA AINDA PERSEGUE

PARA SER PERSEGUIDA

COMO LENDÁRIA

NAIA

ENCANTADA POR JACI





*

O TEMPO,

NÓS SABEMOS,

É MESTRE INQUIETO,

QUE SEMPRE

INVENTA

SEUS PRÓPRIOS CURSOS

VIRANDO O JÁ VIVIDO

PELO AVESSO







NAS JANELAS DO VERSO.





*



PIRILAMPOS E BEM-TE-VIS

DIVERTEM-SE

COM NOSSA PERPLEXIDADE

DO LONGE QUE FICOU

PERTO

E DA VIRTUDE VIRTUAL

EMBALANDO A REDE

DO CONHECIMENTO.

*

RADARES INDISCRETOS

INVADEM

CIRCUITOS FECHADOS

COMO CATAVENTOS

EM TEMPOS DE FESTA

PROCURANDO

NOVOS RECANTOS

DO PENSAMENTO

*

EMARANHADO DE FIOS

ELEVAM RAÍZES

AÉREAS

NA ESTRATOSFERA

E ACORDAM

NAS ENTRETELAS DA NOITE

SOMBRAS PARABÓLICAS E

ARTÉRIAS

DO SENTIMENTO.

*

QUE REALIDADE É ESTA

QUE ME CONFUNDE?



FAÍSCAS OUSADAS

REACENDEM

A FOGUEIRA MILENAR

ENTRE ASSOMBROS DE CABOS

E CÉLULAS SEM FIO

*



E A PALAVRA

DO QUADRO NEGRO

APRENDEU A NAVEGAR

REINVENTADA

MULTIPLICANDO LUAS

COM ARES

DE VITÓRIA RÉGIA



NUMA TELA



DE CRISTAL.



(Poema publicado originalmente no livro: Curso Normal Superior com Mídias Interativas – Um projeto inovador para a formação de professores. Organizado

por Célia Finck Brandt e outros. Editora UEPG



Poema publicado na Revista Mediação 2008

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