Todas as noites ele voltava par a aquele mesmo quarto de pensão para reencontrar os móveis velhos e os livros gastos,os jornais carcomidos por notícias de novas notícias velhas as quais se repetiam nos telejornais -no estuário da ilusão.
Deitava-se na prisão de seus sonhos sem luzes,sua cama de colchão mofado e travesseiro babado de salivas de um idioma de sonhos em pedaços ,exalando o enfado de seus fados oníricos sem poesias só a ilusão do pó de seus dias.
Levantava-se sempre com o coração soterrado por correntes de aço ,as quais não mais sentia acostumara-se a elas ,ao peso do barulho ao caminhar ,ao caminhar molhava a testa enrugada com a água salgada de sua existência ;não clamava pela fragorosa flagrância da derrota dos exércitos de pano diante do fogo de ideais de incêndio ,os quais na batalha dos dias de juventude duraram tantos minutos de poeira soprados com o mau-hálito da escória da memória ,que escorria pegajosa no olho da janela ,tão opaca que a menina morena de seus olhos ,cega não vira o sol que lhe sorria e beijava-lhe com uma piscadela para vê-la uma vez mais dançar.
Wilson Roberto Nogueira
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