domingo, 29 de julho de 2012

SILÊNCIO

A pedra;

o que não diz

em sua epiderme,

sua opaca tessitura

de areia e indiviso

tempo; a pedra —

(digo) (a não voz)

o silêncio em tuas

pupilas de pálida

lua, como chama

que se adensa

(mudez de sombra,

solilóquio de água

imóvel, em cisterna

ressecada); e então,

as palavras.

Claudio Daniel (Do meu livro A Sombra do Leopardo)

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