domingo, 28 de outubro de 2012

Ode à cidade grega




Não estás às margens do Egeu,
Ou na iminência do episódio trágico;
Não se chamou a disputa de Peloponeso
Porém expulsou de Atenas o Péricles do povo.
Do alto das colinas extensas
Observas os verdes Campos
Gerais campinas em solo fértil
Onde erigida se impôs a nova ordem de igualdade
Que jaz agora, estrangulada
como grito preso à garganta

Não tremulou a bandeira dos fracos, dos oprimidos
Não se fez justiça à igualdade de intenções
Não lhe entenderam os mais necessitados – bem estes,
Que tanto precisavam de seus planos –
Abafei os ideais, desmanchei os contornos dos sonhos,
Enrolei a bandeira, guardei-a à espera de uma nova era
Que, com certeza, num futuro incerto tremulará sua cor;

Engoli o brado da vitória, em meio às lágrimas da derrota;
O estandarte rubro, ora desbotado ao sol de meio-dia
Aguarda a sombra do entardecer
Quando hastearemos a justiça almejada
Distribuindo a todos partes iguais do todo
Quando seremos novamente cidadãos
da acrópole reerguida por Péricles

 Thaty Marcondes

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