domingo, 18 de novembro de 2012


De Mara Paulina Arruda.

Um fazendeiro vendeu parte de suas terras para uma imobiliária. A imobiliária viu que naquele pequeno bosque poderia ser um lugar de grandes negócios e começou a lotear. Um bem-te-vi recém iniciara um ninho e preparava-o para uma fêmea. Chegam tratores. Viram terra, derrubam barranco, amontoam gravetos. Os quero-queros tinham apreendido a linguagem dos humanos com outros pássaros que moram no pantanal e transmitiam para o bem-te-vi a conversação que faziam. O bem-te-vi conjeturava. Vão chegando mais homens com serras e machados. Põem abaixo araucárias, eucaliptos, árvores frutíferas inclusive a do bem-te-vi que nem teve tempo de juntar as últimas folhas antes de sair. Estes foram os últimos sinais encontrados dele na margem do açude.

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