domingo, 18 de novembro de 2012

Um poema inédito de Mar Becker:



teus olhos solares, esplendor

do mundo.

teus olhos, espelhos de onde emergir infinitamente:

o dia em descubro que te olhar é um momento de fragilidade de deus,

e decido fazê-lo até que as orações

se estilhacem.

*

olhos com os quais orar depois da devastação do mundo,

depois que deus se suicida.

— porque não há salvação,

porque o fim dos tempos se aproxima

*

e homens e mulheres começam a se atirar das janelas dos prédios,

do alto dos seus silêncios,

como se todos os dias fossem 11 de setembro.

olhos, os teus: esplendor, a hora exata

da violação da luz.

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