domingo, 15 de maio de 2016

Eu sou aquele que por aí anda sem saber
O que será de si se um dia tiver que parar
Porque minha vida é isto mesmo, é buscar
Os muitos de mim deste só que julgo ser.
Sou também o que vai passando sem se ver,
Quem não é visto p’los demais a procurar
O nada que é tudo e p’lo qual posso matar,
Mas só eu, sem que tal se logre perceber.
É uma demanda que me leva a nenhures,
Mas que vou fazendo até ao dia derradeiro
Pois sei que estou por aí perdido, algures,
Esse que entre tantos é o eu verdadeiro,
Oculto ou visível, conforme os áugures,
Que nunca m'indicam o trilho por inteiro.
Luís Corredoura 

Nenhum comentário: