Sobrevivo de estar bêbado
de luz. Entornado
ao nevoeiro
das coisas ínfimas.
É insano cantar --
uivar sobre os lírios secos
nesta planície ancorada.
É insano morrer.
Nada esplende
entre o deserto e o som das ruínas.
Imagino a melodia
do corpo ardente,
no prolongado rito da palavra,
no passaporte para ser pássaro.
E transbordo desta caligrafia
de dardos;
não há sonho que escape
ao espinho.
SALGADO MARANHÃO
(DO Livro “A CASCA MÍTICA”)
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