quarta-feira, 20 de junho de 2018

DUAS CANÇÕES DO MARINHEIRO




I.

Entre as estrelas
de além-céu
e a centelha
de aquém-mar
esplende a vida
prisioneira.

Morte à vista
– grita o velho marinheiro.

Uma vida toda inteira
é muito pouco
para navegar-me.

II.

Se ainda há mares a navegar,
terras a descobrir,
males a debelar,
não sei, não sei.

Sei apenas que faz água
e é tarde para voltar.

Otto Leopoldo Winck



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